Pelo menos duas pessoas morreram e uma ficou ferida num ataque a Kiev. As autoridades ucranianas falam mesmo no “maior ataque à capital desde a primavera”. Na Rússia, um aeroporto foi alvo de uma investida com drones, Moscovo responsabiliza a Ucrânia por este ataque. Na análise aos últimos desenvolvimentos da guerra, O comentador da SIC, Germano Almeida, considera que os ataques ucranianos em território russo não colocam em risco o apoio dos aliados.
“Os aliados da Ucrânia não acompanham a Ucrânia nestas ações, mas na verdade, também não as não as travam, ou seja, a Ucrânia faz isto por conta e risco com drones de fabrico ucraniano, as armas ocidentais usadas pela Ucrânia para se defender de ataques russos e para a tentativa da reconquista do território em solo ucraniano não são as armas usadas neste caso, portanto, são duas coisas relativamente diferentes e, pelo menos até agora, estas ações não estão a retirar apoio aliado à Ucrânia”, explica Germano Almeida.
Vladimir Putin anuncia visita à China
Sobre a primeira viagem do Presidente da Rússia à China, que será a primeira viagem de Vladimir Putin ao estrangeiro desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o chefe de Estado russo, em março deste ano, o comentador da SIC recorda “que esse mandato impediu Putin de estar presencialmente na Cimeira dos BRIC em Joanesburgo”.
O Presidente russo tem também uma deslocação prevista dentro de duas semanas à Índia, na Cimeira do G20, onde “havia a indicação de que Putin podia estar presente, a Índia não estando no estatuto de Roma, o mandato do TPI não iria impedir", contudo, para a Germano Almeida, a visita à China tem uma leitura diferente.
“É uma forma de Putin mostrar que continua a ter na China um aliado, apesar de com o prolongar da guerra haver alguns sinais que a China, em muitos aspetos, tem algum desgaste relativamente à continuação da guerra, porque, na verdade basta olhar para a situação complicada interna da China com deflação, com travagem do crescimento da economia, a guerra não está a oferecer a China”, considera.
“O mais importante para o futuro da Europa democrática é salvar a Ucrânia da ocupação russa”
Em declarações numa conferência de imprensa na Eslovénia, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, disse que poderíamos esperar um alargamento da União Europeia para 2030, mas a Comissão Europeia já veio negar este prazo.
“A Ucrânia objetivamente não reúne as condições para entrar na União Europeia. A decisão não será procedimental, não será burocrática, será política. O projeto europeu não pode ser só um projeto de regras e de fundos, é um projeto político e nesse projeto político fica muito claro, neste momento, que o mais importante para o futuro da Europa democrática é salvar a Ucrânia da ocupação russa e, portanto, essa é que é a questão”, realça Germano Almeida.