Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Aviso dos EUA a Pyongyang sobre o apoio à Rússia "é sempre de levar a sério"

A relação entre a Rússia e a Coreia do Norte é um dos temas na análise de Pedro Cordeiro, editor Internacional do Expresso, aos últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.

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Os Estados Unidos avisam que o apoio da Coreia do Norte à Rússia terá consequências. Esta é a reação da Casa Branca às alegadas negociações entre Moscovo e Pyongyang para a aquisição de armas para a guerra na Ucrânia. Pedro Cordeiro considera que este aviso é “sempre de levar a sério”. A relação entre a Rússia e a Coreia do Norte é um dos temas na análise do editor Internacional do Expresso aos últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.

"Acho que é sempre de levar a sério. Por mais que a Coreia do Norte seja um país que muitas vezes usa as questões do armamento não propriamente porque tencione utilizá-lo, empregá-lo, mas para obter outro tipo de de cedências e de concessões, acho que se deve sempre levar a sério.

É um país liderado por um ditador horroroso, é um país que reprime os seus cidadãos e os mata a fome e que tem armas nucleares e que neste momento se aproxima de outro país que também tem armas nucleares, que também é chefiado por um ditador e ambos estão muito isolados. Um e outro aparecem aqui a mostrar que não estão tão isolados quanto isso se aparecerem um com o outro e têm anunciado cooperações na área da defesa", explica Pedro Cordeiro.

O editor de internacional do Expresso lembra também que esta “hipotética visita de Kim Jong-un à Rússia é algo dito pelos Estados Unidos, não é algo que nem a Rússia nem a Coreia do Norte tenham anunciado, nem confirmado”. Contudo, caso se confirme vem no seguimento do que já acontece há uns meses, que inclui “anúncios de cooperação de defesa entre os dois países e aquela que tem sido uma posição da Coreia do Norte sempre próxima da Rússia, na questão da invasão da Ucrânia”.

Esta aproximação entre os dois países e o reforço da cooperação militar deverá conduzir a mais sanções e ao endurecimento daquelas que já existem, embora nem todos os países tenham a mesma posição.

Reino Unido vai declarar o Grupo Wagner uma organização terrorista

O Governo do Reino Unido vai declarar o Grupo Wagner uma organização terrorista, o que significa que será ilegal ser membro ou apoiar o grupo, noticiou esta quarta-feira a emissora pública britânica BBC.

Pedro Cordeiro considera que esta é uma declaração que “não surpreende porque não é o primeiro país a fazer isto”.

Implica limitações às pessoas que forem conotadas ou que as autoridades destes países considerarem ligadas ao Grupo Wagner, ficam com movimentos limitados, arriscam detenção, terão provavelmente bens congelados se os tiverem no estrangeiro.



Apesar destes ziguezagues da política interna britânica, há uma coerência que se mantém nos governos, desde o início da guerra, que é um apoio muito, muito pronunciado e muito público à Ucrânia, determinante, sem hesitações, e tem sido o Reino Unido um dos países até mais pró-ativos no fornecimento de armamento”, esclarece.


Nova fase da guerra na Ucrânia

O editor de Internacional do Expresso analisa ainda a nova fase da guerra, numa altura em que as condições no terreno vão mudar um pouco, está a chegar o Inverno e tudo isso acaba por dificultar a guerra no terreno.

Vai chegar mais amamento, é também uma forma de dar, de encorajar, dar ânimo, quer às tropas no terreno, quer ao povo que vai sofrendo esta terrível invasão.

Também é uma forma de mostrar e assegurar que o mundo não se esquece da Ucrânia, porque há este efeito inevitável de a guerra se arrastar e da própria atenção pública se desviar para outras coisas, a guerra deixa de ser novidade passa a ser uma espécie de ruído de fundo, com que todos os que não os que não estamos lá, vamos vivendo com este ruído de fundo da Guerra da Ucrânia", diz Pedro Cordeiro.