Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Rússia poderá vir a ser uma "espécie de vassalo" da China

O comentador da SIC Germano Almeida considera que a guerra na Ucrânia está a deixar a Rússia cada vez mais isolada e, por isso, a única alternativa de Vladimir Putin é aprofundar as relações com a China e com a Coreia do Norte.

Loading...

O comentador da SIC Germano Almeida considera que a guerra na Ucrânia está a deixar a Rússia cada vez mais isolada e, por isso, a única alternativa de Vladimir Putin é aprofundar as relações com a China e com a Coreia do Norte. No entanto, salienta que a "amizade" com a China não é genuína. Sobre a guerra na Ucrânia, salienta a importância do Mar Negro.

Encontro de Putin com líder da Coreia do Norte

Na Edição da Manhã, Germano Almeida lembra, numa altura em que o líder da Coreia do Norte está na Rússia para se reunir com Vladimir Putin, que a cooperação militar "já vinha sendo aumentada" entre os dois países.

"O que está em causa é a Coreia do Norte vender armas à Rússia, o que indicava uma perigosa e assustadora nova fase da guerra", afirma.

A Rússia tem necessidade de renovar 'stocks', aponta.

Já da parte da Coreia do Norte, Germano Almeida indica que há o interesse financeiro de vender armas à Rússia, além de necessidades como "comida e energia".

"Coreia do Norte é um país isolado, praticamente dependente da China", diz, acrescentando que "ganharia", se abrisse um "novo mercado" com a Rússia.

O comentador da SIC aponta ainda para "questões tecnológicas", como sistemas avançados de satélites e submarinos de proporção nuclear.

"Putin não pôde ir aos BRICS, não foi ao G20. A guerra está a mostrar que está a isolar Putin e a ter como últimas alternativas a Coreia do Norte e a China", acrescenta.

Encontro de Putin com China

Germano Almeida defende, na SIC Notícias, que a China, que tem "dificuldades, problemas internos", não vai abdicar da oportunidade de ver uma Rússia fragilizada.

"Sabe que o prolongar da guerra e o erro de Putin ao insistir na invasão colocarão Putin e a Rússia totalmente dependentes da China", sugere.

O especialista considera que, a longo prazo, a China tem na Rússia uma antiga potência que "poderá ser uma espécie de vassalo".

"A relação China-Rússia não é propriamente muito genuína. É uma amizade de interesse mútuo e assimétrica em que a China ganha muito mais do que Putin do ponto de vista económico e não dá à Rússia aquilo que ela quer: armamento", afirma Germano Almeida.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteve reunido com o vice-primeiro-ministro chinês, à margem do Fórum Económico Oriental, que decorre na Rússia.

Depois do encontro, o Presidente russo disse que as relações com a China atingiram um nível histórico, sem precedentes. Garantiu também que os dois países vão continuar a trabalhar para aprofundar ainda mais essas relações.

Recuperação de controlo de uma plataforma de petróleo

Quanto à guerra na Ucrânia, Kiev recuperou uma plataforma de petróleo e gás no Mar Negro que era controlada por Moscovo desde 2015.

O comentador da SIC realça, no comentário na Edição da Manhã, que o Mar Nego é “uma das novas dimensões da guerra”.