Guerra Rússia-Ucrânia

Arménia vai ratificar Estatuto de Roma e compromete-se a prender Putin

Com esta possível validação do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o Presidente russo será preso em caso de visita ao país do Cáucaso, por alegados crimes de guerra na Ucrânia.

Arménia vai ratificar Estatuto de Roma e compromete-se a prender Putin
IGOR KOVALENKO

A Arménia vai ratificar integralmente o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (TPI), que comprometerá Erevan a prender o Presidente russo, Vladimir Putin, por alegados crimes de guerra na Ucrânia em caso de visita ao país do Cáucaso.

"O Governo enviou o Estatuto de Roma à assembleia nacional e, de acordo com a minha posição, será totalmente ratificado", declarou o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, durante um discurso perante o parlamento, citado pela agência Armenpress.

Segundo o líder arménio, esta decisão “não tem nada a ver com as relações entre a Arménia e a Rússia, mas com os problemas de segurança da Arménia”, situação que causou algum desconforto em Moscovo, que pediu explicações sobre a possível ratificação do estatuto.

Esta possível ratificação do Estatuto de Roma por Erevan agravaria ainda mais as suas relações com Moscovo, prejudicadas pelas recentes declarações do primeiro-ministro arménio Nikol Pashinan, segundo as quais a Rússia "está a retirar-se" do sul do Cáucaso.

Na semana passada, a Rússia convocou o embaixador da Arménia devido a "medidas hostis", depois de Erevan ter anunciado exercícios militares com os Estados Unidos.

O Ministério das Negócios Estrangeiros da Rússia disse estar particularmente preocupado com os "exercícios militares dos Estados Unidos em território arménio" e com uma visita a Kiev da mulher do primeiro-ministro da Arménia para participar numa reunião organizada pela primeira-dama ucraniana sobre questões humanitárias.

Os arménios criticam Moscovo e as suas forças de manutenção da paz por não cumprirem a sua missão, ao permitirem que o Azerbaijão bloqueasse uma rota fundamental para abastecer o enclave de Nagorno-Karabakh, território que os dois países disputam há décadas.