Três soldados ucranianos foram condenados a penas de 24 a 29 anos de prisão pelos separatistas pró-russos, que os acusaram de abusos e maus tratos de civis, anunciou esta quarta-feira em comunicado o Comité de Investigação russo.
Ivan Botchkarev e Dmitri Kanouper estavam incorporados no regimento Azov, que inclui ultranacionalistas ucranianos e é considerado uma organização terrorista por Moscovo.
O grupo destacou-se na defesa da cidade portuária de Mariupol em 2022. Os dois homens foram acusados de dispararem nesta cidade do sul da Ucrânia sobre quatro civis "que não representavam qualquer ameaça", provocando três mortos, precisou o Comité russo.
Ambos foram condenados a 29 anos numa colónia penal por "tratamento cruel dos civis" e "morte e tentativa de morte em grupo motivados pelo ódio político ou ideológico".
O Comité afirmou que atuaram sob as ordens "do grupo Azov". Anton Chtukine, também membro do regimento Azov, foi sentenciado a 24 anos de prisão.
Reconheceu ser culpado de disparar dois mísseis antitanque em direção a um edifício situado perto de um posto de distribuição de ajuda alimentar perto de Mariupol em março de 2022, mas que não atingiu civis.
Segundo o Comité de Investigação, foi condenado à revelia e está a ser procurado. As sentenças foram emitidas pelo "Supremo Tribunal" da autoproclamada República Popular de Donetsk (DNR) dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, um território que ocupam desde 2014 e anexado por Moscovo em 2022 após um referendo não reconhecido internacionalmente.
Estas condenações tornaram-se recorrentes, e no final de agosto cinco militares ucranianos membros do regimento Azov foram condenados a penas de 20 anos de prisão por terem ferido civis.