Apesar da incursão ucraniana, as forças russas continuam a avançar no leste do país. Nas últimas semanas, alegam ter capturado uma série de vilas e localidades.
Estão agora a poucos quilómetros da cidade de Pokrovsk, onde se localiza um interface ferroviário e um importante centro logístico.
Isto numa altura em que, de acordo com dados fornecidos pelo Instituto para o Estudo da Guerra, Moscovo conquistou mais de 470 quilómetros quadrados só no mês de agosto.
Zelensky reconhece as dificuldades no leste do país, mas garante que o exército russo não fez quaisquer avanços nos últimos dois dias.
Contudo, a empresa pública de energia atómica ucraniana (Energoatom) denunciou esta terça-feira que um ataque russo obrigou a que fosse desligada uma das duas linhas do sistema ucraniano que fornece eletricidade à central nuclear de Zaporijia, ocupada pela Rússia desde 2022.
O alerta de Kiev coincide com a visita desta terça-feira àquela central nuclear do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, que tem avaliado pessoalmente a situação de segurança da instalação no terreno em repetidas ocasiões desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
"Em caso de danos na segunda linha (que liga a central ao sistema elétrico ucraniano) ocorreria uma situação de emergência devido à perda de alimentação externa às bombas que arrefecem as áreas ativas dos reatores e das piscinas de armazenamento de combustível", referiu o comunicado da Energoatom.
A empresa explicou ainda que os especialistas ucranianos não conseguiram inspecionar e reparar os danos na linha afetada devido ao risco de novos ataques russos.
"A linha será reparada assim que a segurança for garantida aos especialistas", conclui o comunicado.
Desde que a invasão russa transformou o perímetro da central numa zona de guerra, em inúmeras ocasiões a Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de atacar a central de Zaporijia e de colocar em risco a segurança nuclear de toda a região.
Dias antes da visita que fará esta terça-feira à central nuclear de Zaporija, o secretário-geral da AIEA visitou uma central nuclear russa na região russa de Kursk, perto da nova frente de combate aberta pela Ucrânia na fronteira russa no início de agosto e onde agora Kiev controla parte do território.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Com Lusa