Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Minas enviadas pelos EUA vão permitir à Ucrânia "causar mais danos às tropas russas"

Vitaliy Venislavskyy, especialista em História Militar, analisa os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, com destaque para as novidades na estratégia militar ucraniana.

Loading...

A Ucrânia já terá começado a usar os mísseis britânicos 'Storm Shadow' de longo alcance contra território russo. A informação está a ser avançada pela Bloomberg que cita uma fonte anónima. Os 'Storm Shadow' são mísseis de cruzeiro de longo alcance com capacidades semelhantes às dos mísseis que o Presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a usar em território russo.

Vitaliy Venislavskyy explica que estes mísseis estão a ser usados neste momento para destruir armazéns de armas, paióis de armamento russo de munições, e detalha os objetivos militares da atual estratégia ucraniana:

"Para retirar à Rússia a vantagem numérica que tem em poder de fogo, porque isso é fundamental no esforço de guerra russo, e para aumentar as capacidades defensivas ucranianas, mas sobretudo os alvos também vão continuar a ser cada vez mais os centros de comando e controlo as forças russas, um soldado russo que está na linha da frente não dá um passo sem ter uma ordem vinda do seu comando, ou seja, se a linha de comando russa é destruída ou é fragilizada, fica sem capacidades de levar as ordens de Moscovo até a linha da frente, as forças que estão na linha da frente vão estar muito mais circunscritas.

Sobre as minas que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia, que Joe Biden autorizou, o especialista em História Militar diz que vão servir, sobretudo, para serem colocadas em grande quantidade ao longo da linha da frente.

“Isso vai basicamente permitir à à Ucrânia poder, digamos, neutralizar militares russos sem que os militares ucranianos tenham que disparar contra eles. Portanto, vai permitir à Ucrânia causar cada vez mais danos pessoais às tropas da Federação Russa, que estiverem numa ofensiva”.


“Isto é importantíssimo porque os russos, quando fazem os seus assaltos, não os fazem de forma mecanizada e não são operações coordenadas. São operações de infantaria, sobretudo. Portanto, quantos mais homens os russos perderem, mais difícil vai ser à Federação Russa suster este esforço de guerra nesta ofensiva”, conclui o especialista.

A embaixada dos Estados Unidos em Kiev já abriu. A informação foi confirmada na rede social X pela embaixadora norte-americana na capital da Ucrânia. O edifício foi encerrado esta quarta-feira por precaução devido à ameaça de um ataque aéreo russo em larga escala.
Apesar do normal funcionamento ter sido retomado, a embaixadora apela aos norte-americanos em Kiev que permaneçam vigilantes e que estejam preparados para procurar abrigo.