Guerra Rússia-Ucrânia

Zelensky disse a Trump que Putin "só teme a ele e, talvez, à China"

Zelensky abordou a reunião de sábado com o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, insistindo que esta foi "muito produtiva".

Zelensky disse a Trump que Putin "só teme a ele e, talvez, à China"
LUDOVIC MARIN/Reuters

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky revelou esta segunda-feira que transmitiu a Donald Trump, no encontro em Paris, que Vladimir Putin apenas teme o presidente norte-americano eleito e, talvez, a China, pedindo união para terminar a guerra com a Rússia.

"Eu disse ao Presidente Trump que [o Presidente russo Vladimir] Putin só teme a ele e, talvez, à China. E esta é a verdade: só a determinação pode levar esta guerra a um fim justo e garantir uma paz duradoura", destacou Zelensky, numa mensagem na rede social X.

O governante ucraniano começou a publicação a abordar a "discussão nos media" sobre a redução da idade de recrutamento para os ucranianos serem enviados para a linha da frente, defendendo que o foco deve estar em "equipar as brigadas existentes e formar pessoal para utilizar este equipamento".

"Não devemos compensar a falta de equipamento e de formação junto dos jovens militares", frisou.

"A prioridade deveria ser o fornecimento de mísseis e a redução do potencial militar da Rússia, e não a idade de recrutamento da Ucrânia. O objetivo deveria ser o de preservar o maior número de vidas possível e não o de preservar as armas em armazéns", acrescentou.

Num apelo à união, Zelensky abordou a reunião de sábado com o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, insistindo que esta foi "muito produtiva".

"Reitero a minha gratidão ao Presidente Macron por a ter organizado, bem como a minha profunda gratidão ao Presidente Trump pela sua forte determinação em levar esta guerra a um fim justo", sublinhou.

Para Zelensky, para um fim justo "é importante que todos os detalhes sejam cuidadosamente elaborados para garantir que a paz é verdadeiramente duradoura".

"Sabemos que a América tem a capacidade de realizar coisas notáveis - coisas que outros não conseguiram alcançar. Para conseguirmos pôr fim a esta guerra, precisamos de unidade - a unidade da América, da Europa e de todas as pessoas do mundo que valorizam a segurança - bem como de posições fortes e de garantias de paz", apontou.

Donald Trump apelou no domingo a um "cessar-fogo" imediato na Ucrânia e ao início de negociações para pôr fim à guerra iniciada pela Rússia contra aquele país.

Horas depois de se ter reunido em Paris com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, num encontro no Palácio do Eliseu, em Paris, com o Chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, Trump enviou uma mensagem através da sua rede social Truth Social sobre a sua opinião sobre o conflito.

O Presidente eleito norte-americano tem afirmado repetidamente que pretende distanciar-se fortemente da política de apoio norte-americana a Kiev, liderada por Joe Biden, perante a invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

O Kremlin acusou o Volodymyr Zelensky de "recusar negociar" com Vladimir Putin o fim do conflito na Ucrânia, exigindo mais uma vez que Kiev tenha em conta "as realidades no terreno".

A presidência russa tomou nota do apelo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para um cessar-fogo imediato na Ucrânia e o início de negociações para pôr fim à guerra, mas não acredita que Kiev queira negociar, disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.