O Presidente Macron diz que a França, a única potência nuclear da União Europeia (UE), não pode ser apenas espectador e ficar à espera dos EUA. Daniel Pinéu, comentador da SIC, concorda que o líder francês destaque a importância da capacidade nuclear e refere que há diferentes visões entre os Estados-membros da UE em relação à guerra na Ucrânia.
"Faz todo o sentido porque é das poucas áreas em que há fraca capacidade europeia na comparação com a NATO como um todo e na comparação com a Rússia, que tem o maior arsenal mundial", afirma.
O comentador da SIC indica que asaída do Reino Unido da União Europeia enfraqueceu a União Europeia em relação às capacidades estratégicas e nucleares. Ou seja, são áreas em que é preciso "mais investimento".
Na SIC Notícias, explica que há um "problema muito grande" que não vai ser resolvido no próximo ano: duas visões muito diferentes. Enquanto a Polónia e os Bálticos querem a defesa imediata, a França e a Alemanha pensam numa autonomia estratégica a longo prazo, exemplifica. Há também desacordo em relação a gastos na defesa: enquanto uns querem um sistema europeu de defesa antimíssil, outros opõem-se.
Cimeira extraordinária em Bruxelas
Num discurso ao país, o Presidente francês lembrou que França é a única potência nuclear da UE. Emmanuel Macron disse estar pronto para um "diálogo estratégico".
“Perante este mundo de perigos, seria uma loucura permanecer espetador”, disse.
Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se esta quinta-feira numa cimeira extraordinária em Bruxelas. O objetivo é chegarem a acordo político para gastar mais em defesa e dar garantias de segurança à Ucrânia, numa altura de ameaças norte-americanas.