Passaram três anos desde que a palavra guerra entrou no vocabulário das crianças ucranianas. Com 8 anos Solomiia prefere colocar um pouco de arco íris nas recordações mais dolorosas e pintou a região onde a avó vivia.
“Um míssil atingiu uma casa perto da casa da minha avó, mas agora está a ser reconstruída. Agora está.
Nesta escola em Kiev, a arte também é uma janela para espreitar os sentimentos dos mais pequenos e desta vez as crianças de 8 anos desenharam as memórias da guerra que dividiu famílias e multiplicou a curiosidade de Nikita
“O meu pai é militar. Contava-me histórias e dava-me presentes. Eu queria saber saber quais eram os maiores tanques que conseguiam disparar e também queria saber qual tinha sido o primeiro tanque do mundo”
O insustentável peso da guerra deixou marcas profundas nas crianças. Um terço das suas vidas foi passado ao som de bombas e sirenes. Quando os alertas soam, a turma desce ao abrigo da escola para continuar as aulas
E em casa todos aprenderam a lidar com os ataques. Em 2024 mais de 50 mil crianças procuram ajuda psicológica, os casos de doença mental triplicaram face ao ano anterior.
Há receios de que estas cicatrizes emocionais possam tornar-se definitivas. E já há planos para quando esse dia chegar.