Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"Não há muito interesse" de Putin na conversa com Trump sobre tréguas na Ucrânia

Putin vai querer "puxar ao máximo" pelos Estados Unidos porque Trump está a "dar coisas à Rússia que a Rússia nem sonhava ter", considera o comentador da SIC João Maria Jonet, que analisou ainda os ataques israelitas na Faixa de Gaza que mataram mais de 350 pessoas.

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João Maria Jonet, comentador da SIC, considera que o Presidente da Rússia não está muito interessado na conversa com o homólogo norte-americano sobre a guerra na Ucrânia.

Na SIC Notícias, não acredita que a conversa desta terça-feira entre Trump e Putin leve a uma trégua entre a Rússia e a Ucrânia: "Claramente não há muito interesse de Putin nesta conversa".

Trump será "certamente simpático" porque tem repetido argumentos de "propaganda russa", por isso Putin "gostará" do que o homólogo norte-americano dirá. Contudo, isso "é diferente" da decisão final do Kremlin, sinaliza.

"Donald Trump aprecia o estilo de liderança de Vladimir Putin porque costuma apreciar ditadores e a maneira como exercem o poder de forma autoritária e forte e aprecia o posicionamento ideológico de Vladimir Putin", considera o comentador da SIC.

Rússia vai querer "puxar ao máximo" pelos Estados Unidos porque Trump está a "dar coisas à Rússia que a Rússia nem sonhava ter".

Está marcada para esta terça-feira a importante conversa de Donald Trump com Vladimir Putin. O Kremlin recusa revelar os assuntos previstos para a conversa entre os presidentes da Rússia e dos EUA e não comenta a proposta de tréguas de 30 dias.

Em relação aos ataques de Israel na Faixa de Gaza na última noite, que provocaram a morte de mais de 350 pessoas, João Maria Jonet sugere que Trump tenha tido influência.

"Pode até não ter sido uma coisa formal, mas tem um bocadinho a ver com a maneira de funcionar da administração Trump: puxar os limites do aceitável numa tentativa de maximização de ganhos", diz.

Mais de 350 pessoas morreram esta terça-feira em ataques do exército israelita contra a Faixa de Gaza, disse o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas.

Um responsável do ministério, Mohammed Zaqout, disse à agência de notícias France–Presse que foram registadas centenas de mortes "a maioria crianças e mulheres palestinianas, e centenas de feridos, dezenas dos quais estão em estado crítico".

Além dos ataques aéreos, foram também registados disparos de tanques na mesma cidade, no sul da Faixa de Gaza.