No terreno, os combates continuam. Um ataque com drone russo atingiu um autocarro em Marganets, matando nove pessoas e ferindo várias dezenas. A maioria das vítimas são mulheres que trabalhavam numa fábrica de mineração e processamento nos arredores da cidade, localizada na linha da frente, na margem norte do rio Dnipro.
Segundo a força aérea ucraniana, a Rússia lançou 134 drones nas últimas 24 horas. Kharkiv e Odessa voltaram a ser os principais alvos dos bombardeamentos noturnos, com explosões a destruir zonas residenciais.
Em Moscovo, Vladimir Putin reuniu-se com responsáveis pela indústria de defesa. O presidente russo reconheceu que o país enfrenta escassez de armamento, apesar do aumento na produção. Ainda assim, afirmou que a ofensiva na Ucrânia — a que continua a chamar de "operação especial" — já é um caso de estudo militar.
O falhanço das negociações de Londres surge num momento em que os Estados Unidos redirecionam os esforços diplomáticos. Washington aposta agora na visita do enviado especial Steve Witkoff a Moscovo ainda esta semana. A administração americana ameaça abandonar o processo de paz caso não haja avanços rápidos nas negociações, e sublinha que a única solução possível para o conflito exige cedências mútuas de território.
Mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já rejeitou qualquer hipótese de ceder território. E, nos Estados Unidos, Donald Trump voltou a criticar a posição ucraniana. Nas redes sociais, acusou Zelensky de prejudicar o processo de paz por não reconhecer a soberania russa sobre a Crimeia.