Em Leiria e Ourém, o fogo consumiu sobretudo floresta, apesar das chamas se terem aproximado de algumas aldeias. Os autarcas pedem mais vigilância por parte das autoridades na região.
A enorme coluna de fumo negro revelava, esta segunda-feira, a intensidade do fogo. No caminho estava Vale Sobreiro, onde Luís Gaspar foi dos que mais viu afetada a vida. Não podia dormir em casa, mas ainda conseguiu ter a habitação intacta.
O pior parece agora ter passado, mas os terrenos ainda fumegantes revelam que é cedo para desviar a atenção e meios das autoridades.
Apesar disso, já se fazem contas aos estragos, como uma exploração ovina em Freiria, onde se perderam 10 animais.
Só em Leiria, em dois dias, perderam-se 440 hectares. Quase todos na freguesia da Caranguejeira em dois incêndios com início quase à mesma hora e que obrigaram até ao encerramento da principal via do país, a A1, durante cerca de quatro horas.
Também em Ourém se viveram momentos de aflição durante o fim de semana. Entre sábado e domingo, arderam cerca de 500 hectares. Os estragos foram sobretudo na floresta, mas não deixam as autoridades descansadas.
As ignições quase simultâneas que deixam os autarcas desconfiados.
Fonte da PJ garantiu à SIC que as investigações estão a ser feitas com afinco. Enquanto se espera desenvolvimentos, prepara-se o recuperar da paisagem enegrecida pelo passar do fogo. Em Leiria, aposta-se numa parceria com os privados para reflorestar o concelho.
Olha-se para o futuro, mas após quatro dias de incêndios em Ourém e Leiria, reavivaram-se as memórias dos milhares de hectares consumidos pelo fogo o verão passado.