O incêndio lavrava pela montanha, noite fora, aproximando-se de uma quinta junto aos Passadiços do Paiva, em Arouca. As chamas não consumiram a casa, protegida até ao limite pelo dono.
“Levantei-me. Estava realmente a aproximar-se. Vinha do lado de Alvarenga para cá, uma coisa assustadora e fiquei ali à espera do que pudesse vir a acontecer e a socorrer aquilo que fosse necessário. Recolhi aquilo que foi possível recolher. Cabritos, outros animais, entre eles um cão, o meu Chico”, recorda Alfredo Brito, proprietário da quinta em Arouca.
Alfredo não queria fugir. Só depois de convencido por um fotógrafo que passava na zona, saiu da quinta por volta das 4:00.
Em duas carrinhas transportaram o que lá conseguiram colocar. Chico, como é conhecido o cavalo de Alfredo, viajou 30 minutos na bagageira, mas muitos animais não tiveram a mesma sorte, sendo apanhados pelas chamas.
“Ficaram as cabras, as cabras já estavam assustadas, já estavam lá pelo monte onde acabaram por ser apanhadas pelo incêndio (...) Ardeu dentro da quinta, mas monte”, conta Alfredo.
É agora tempo de fazer contas aos estragos num local rodeado por floresta ardida.