O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, alvo de críticas constantes por omissão do seu Governo nas políticas ambientais e no combate à desflorestação na Amazónia, anunciou esta terça-feira medidas para proteger aquela que é a maior floresta tropical do mundo.
O chefe de Estado anunciou na rede social Twitter a criação do Conselho da Amazónia, de natureza interministerial, que terá por objetivo coordenar as diversas ações direcionadas para a "proteção, defesa e desenvolvimento sustentável" daquela floresta.
"Entre outras medidas determinadas está, também, a criação de uma Força Nacional Ambiental, à semelhança da Força Nacional de Segurança Pública, voltada para a proteção do meio ambiente da Amazónia", acrescentou Jair Bolsonaro no Twitter.
Não foram avançados detalhes sobre o Conselho
O chefe de Estado explicou ainda que o Conselho da Amazónia será coordenado pelo vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, que usará a mesma estrutura da vice-presidência para trabalhar nesta nova tarefa. Jair Bolsonaro anunciou as medidas ambientais na sua conta no Twitter sem apresentar mais detalhes e também nenhuma outra agência governamental as especificou.
Hamilton Mourão usou a mesma rede social para "agradecer a confiança" depositada pelo Presidente ao incumbi-lo da coordenação do Conselho da Amazónia, acrescentando: "A selva une-nos e a Amazónia pertence-nos".
O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, descreveu, no Twitter, como "excelente" a iniciativa de Bolsonaro, mas também sem dar detalhes sobre a mesma.
Jair Bolsonaro, que completou o seu primeiro ano de Governo no passado dia 1 de janeiro, é constantemente criticado, nacional e internacionalmente, pelo aumento da destruição da Amazónia ao longo do seu mandato, que os ambientalistas atribuem à retórica anti-ambientalista do chefe de Estado e ao desmantelamento dos órgãos de inspeção.
Política ambiental do Governo de Bolsonaro
A política ambiental é uma questão delicada no Brasil, com o Presidente do país a causar polémica internacional quando tentou, em agosto passado, minimizar o aumento dos incêndios florestais na Amazónia brasileira, acusando a França de tentar retirar a soberania do país.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a desflorestação na Amazónia brasileira atingiu 9.166 quilómetros quadrados em 2019, naquele que foi o primeiro ano de gestão de Bolsonaro, um aumento 85% superior ao de 2018. É a maior área devastada da Amazónia num único ano desde 2016.