Jornada Mundial da Juventude

JMJ: técnicos de emergência alertam para "situação catastrófica"

Sindicato denuncia escassez de meios mobilizados. "Dado o elevado número de ocorrências que se espera, podemos estar perante uma situação catastrófica", afirma Rui Lázaro.

As obras de preparação do recinto do Parque Tejo-Trancão para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa 2023
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A estratégia do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) prevê a instalação de dois hospitais de campanha e o plano de contingência ativado em seis centros hospitalares de Lisboa, do Porto e de Coimbra. Conta ainda com 10 postos de suporte avançado de vida a que se somam as equipas de suporte básico: 75 fixas e outras 75 móveis. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, que denuncia a escassez de meios mobilizados, garante que este é um plano impossível de aplicar.

“Não passam de postos de emergência médica sazonais. Ambulâncias que já estão habitualmente, 365 dias por ano, disponíveis para os cidadãos, que já são acionadas pelo INEM, mas que mudam de nome. Não passa de uma farsa”, afirma Rui Lázaro, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.

O representante defende que “assentar o sistema nos parceiros bombeiros e Cruz Vermelha, em que a formação que o INEM lhes dá é a mesma há mais de 20 anos, com défice de competências abismal, vai potenciar o habitual atraso na prestação de serviços de emergência médica, e por outro também dado o elevado número de ocorrências que se espera, podemos estar perante uma situação catastrófica”.

Os alertas não merecem, para já, uma resposta do Ministério da Administração Interna (MAI).

“Estar a abordar dimensões específicas dos diversos planos seria inoportuno, inadequado e não contribuiria para o que deve existir, que é haver uma comunicação única e segura sobre o plano global de segurança. No que respeita aos planos de segurança das forças sob tutela do MAI, essas propostas estão já no Sistema de Segurança Interna e compete a esse órgão a divulgação desses mesmos planos”, disse José Luís Carneiro, ministro da tutela.

A menos de dois meses da JMJ, também a Liga dos Bombeiros Portugueses já criticou o plano desenhado. O organismo acusa a Proteção Civil de falta de diálogo na preparação do evento, que vai reunir em Portugal mais de um milhão de peregrinos com o Papa Francisco.