Jornada Mundial da Juventude

"O que move os jovens é o encontro uns com os outros"

Matilde Cortez Pinto, da Direção Pastoral da Jornada Mundial da Juventude, explica o que move e vai mover os jovens nesta semana em Lisboa, nomeadamente as preocupações e interações que têm dentro de si e com os outros.

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A semana da JMJ Lisboa chegou e, com ela, chegam todas as informações que a vão preencher, nomeadamente as motivações dos jovens e os temas que precisam de atravessar para se encontrar na fé e com o outro, segundo Matilde Cortez Pinto, da Direção Pastoral da Jornada Mundial da Juventude.

Já chegam aos milhares, os peregrinos de todo o mundo enchem os aeroportos e as ferrovias de Portugal para irem ao encontro do Papa Francisco na primeira semana de agosto. O que os move? Matilde Cortez Pinto refere que são várias forças.

“O que move os jovens é o encontro uns com os outros, com o Papa, a manifestação da fé em conjunto e a alegria que se vive neste momento, partilhando as suas preocupações”, explica.

No entanto, a perceção de fora é que a fé está a diminuir nas camadas mais jovens, algo que para a Direção Pastoral não se confirma com aquilo que testemunham todos os dias.

"Não tenho essa perceção, não sentimos crise de fé nos jovens em geral, as pessoas estão a querer viver a sua fé com os outros", refere.

Nesse sentido, quais são as preocupações principais dos jovens movidos pela fé cristã? Matilde Cortez Pinto traça um bom panorama de problemas que atingem a idade adolescente e jovem adulta.

“O mundo em geral, questões de ecologia, sendo uma geração que nasceu já com esta preocupação, preocupa-se muito consigo própria, mas também se tem de preocupar com os outros. Outra que temos visto é a preocupação com a saúde mental, a maneira como tratam os amigos”, enumera.

Neste sentido, o tema da JMJ tenta chamar e chegar a estas inquietações, ao leme do tema “maria levantou-se e partiu apressadamente”. Para Matilde Cortez Pinto, o propósito é que os “jovens sejam como Maria, que quando recebem um grande anúncio e que partam como Maria, que foi ao encontro da prima, do outro”.

Para isto, todos os dias da JMJ têm um tema que pode ser encontrado na app de telemóvel, sendo feitas propostas consoante os tipos de evento em causa. Um desses eventos é o Rise Up, cuja preparação também está sob responsabilidade da diretora pastoral.

“Fazem parte na medida em que estão previstas catequeses para jovens de manhã, com aprofundamento na fé, e a JMJ fez uma proposta de modelo de catequese diferente, porque parte da escuta aos jovens e não de um catequista a dar a catequese aos jovens”, exemplifica.

São, então, propostos três temas a quarta quinta e sexta-feira, são mais de 200 encontros diferentes, com equipa de animação e um bispo presente, estes encontros acontecem desde uma capela, a estádios, parques. Matilde informa, de novo, que a informação vai estar na aplicação e não depende de inscrição.

Os temas serão ecologia integral, amizade social e misericórdia na quarta, quinta e sexta-feira, respetivamente.

Está quase

A JMJ é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. É, em simultâneo, "uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil", segundo a organização.

As principais iniciativas da JMJ decorrem em Lisboa, no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo (a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures).

Papa Francisco estará 128 horas em Lisboa. Chega às 10:00 de quarta-feira, 2 de agosto, e regressa a Roma às 18:15 de domingo, 6 de agosto.

Francisco vai estar presente em 19 cerimónias, desde as boas-vindas à Via Sacra, no Parque Eduardo VII, encontros com jovens, estudantes, bispos, visita um centro de assistência no Bairro da Serafina, Lisboa.

Vai ainda deslocar a Fátima, onde estará cerca de duas horas, para rezar pela paz e contra a guerra na Ucrânia.