Um dos diáconos que acompanham peregrinos cabo-verdianos à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) disse esta terça-feira que "ninguém está desaparecido" e que alguns jovens optaram por ficar em Lisboa em vez de participar nas atividades em Leiria.
O diácono José Manuel Vaz, que acompanhou uma das quatro delegações oriundas da ilha de Santiago que, entre 25 de julho e a quarta-feira passada, chegaram a Lisboa, mostrou o seu espanto com as notícias que dão conta de um desaparecimento de peregrinos cabo-verdianos e angolanos.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) comunicou que quase 200 peregrinos cabo-verdianos e angolanos não compareceram na Diocese Leiria-Fátima, em cujas atividades estavam inscritos.
"É 'fake news'. Ninguém está desaparecido e nenhum peregrino é obrigado a participar em atividades das dioceses", indicou o diácono.
E adiantou: "Alguns peregrinos que chegaram a Lisboa optaram por ficar na cidade, onde arranjaram alojamento junto de familiares e amigos, em vez de ir a Leiria para participar nas atividades. Ninguém informou que as atividades eram obrigatórias".
"Querem saber onde estão estes peregrinos? Venham à jornada e vão encontrá-los", disse.
Lembrando que os peregrinos têm um visto de 18 dias, após os quais não podem permanecer em Portugal, o religioso ressalvou: "Ninguém garante que, após esse período, alguns peregrinos não fiquem em Portugal, mas isso é um problema que não tem nada a ver com a participação na jornada".
Contactado pela Lusa, o embaixador cabo-verdiano em Portugal, Eurico Correia Monteiro, considerou que "pode ser ainda cedo para se formular juízos seguros sobre este incidente e suas causas".
"Pode ser precipitado extrair conclusões nesta altura, devendo-se reservar juízos conclusivos para momento posterior", adiantou.
E recordou que "só as autoridades administrativas portuguesas e as autoridades eclesiásticas cabo-verdianas e portuguesas podem eventualmente dispor de informações relevantes sobre este caso".
Por seu lado, o assessor de imprensa da Embaixada de Angola em Portugal, Vitor Carvalho, referiu à Lusa que esta representação diplomática não tem qualquer conhecimento do alegado desaparecimento de peregrinos angolanos.
A organização da JMJ indicou que está a acompanhar "com tranquilidade" a situação dos peregrinos angolanos e cabo-verdianos, garantindo que foi acionado o protocolo acordado nos casos de "não-comparência" de participantes no evento.
Quase 200 peregrinos cabo-verdianos e angolanos, que participam na Jornada da Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, não compareceram na Diocese Leiria-Fátima, revelou esta terça-feira o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Em conferência de imprensa, a inspetora coordenadora superior do SEF, Cláudia Rocha, revelou que são 195 jovens, dos quais 168 cabo-verdianos e 27 angolanos.
O mais novo destes participantes tem 19 anos, acrescentou.
Estes jovens estavam inscritos em atividades na Diocese de Leiria-Fátima, sublinhou.
"Não compareceram no local onde deviam estar nas suas atividades, mas não significa que não estejam autorizados a permanecer no território", afirmou Cláudia Rocha.