Jornada Mundial da Juventude

Igreja Católica angolana confirma que 20 jovens não regressaram depois da JMJ

Pelo menos 1.518 angolanos, residentes em Angola e na diáspora, estavam inscritos para participar na JMJ, que decorreu em Lisboa, e a partir de Luanda embarcaram 518 peregrinos para o encontro com o Papa.

Igreja Católica angolana confirma que 20 jovens não regressaram depois da JMJ
Francisco Seco/ Reuters

Pelo menos 20 jovens angolanos não regressaram ao país após a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, anunciou esta segunda-feira a Igreja Católica angolana, observando que ainda se encontram em situação regular em Portugal até setembro.

"Em relação aos que não regressaram, à volta de 20, vale recordar que até ao mês de setembro eles têm visto regular e com visto regular cada um é livre de voltar mais cedo ou mais tarde", afirmou o bispo angolano Belmiro Chissengueti, que coordenou a caravana angolana à JMJ Lisboa 2023.

Segundo o responsável, apenas no fim da vigência do visto dos cidadãos é que se poderá dizer que os angolanos, que permanecem em Portugal, "não vieram ou fugiram".

"Uma vez que estão ainda em tempo útil dos seus vistos, apenas não regressaram com a delegação e pode ser que façam em tempo útil antes da caducidade dos seus vistos", admitiu.

Pelo menos 1.518 angolanos, residentes em Angola e na diáspora, estavam inscritos para participar na JMJ Lisboa 2023, que decorreu de 1 a 6 de agosto, e a partir de Luanda embarcaram 518 peregrinos para o encontro com o Papa Francisco.

O bispo Belmiro Chissengueti, que falava em conferência de imprensa de balanço da II Assembleia Plenária Anual dos bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), confirmou que cerca de 20 jovens não regressaram a Angola.

“A emigração é parte da condição humana”

De acordo com o prelado católico, a situação de premência de um ou outro angolano em Portugal "não pode causar qualquer estranheza", na perspetiva de "ter encontrado melhor ambiente de trabalho, melhor qualidade de vida".

"Pois, a emigração é parte integrante da condição humana, a procura de melhores condições de vida faz parte da inconformidade da vida humana em relação ao sofrimento e na busca sempre de melhores condições de vida, que não as encontrando no lugar onde está procura onde pode realizá-las melhor", salientou.

Considerou que estes não seriam os primeiros angolanos a ficarem em Portugal até, porque, argumentou, têm "nota de que não são só os pobres que emigram, estão lá [em Portugal] famílias inteiras à busca de melhores condições de vida, o que é normal".

"Nós apelamos é, sobretudo, que se fizesse uma emigração correta, aquela que por meio das oportunidades de trabalho oferecidas, fazer um bom contrato, ter um visto em condições para depois não se sujeitar aos caprichos dos empregadores", rematou o também porta-voz da CEAST.