A equipa portuguesa de boccia vai marcar presença nos Jogos Paralímpicos de Tóquio renovada e motivada, mas consciente de que a preparação foi bastante afetada pela pandemia de covid-19, garante o coordenador da modalidade.
"Foi uma preparação muito diferente do que é habitual, tivemos de reajustar muita coisa, devido à pandemia e à impossibilidade de treinar e competir normalmente", disse Luís Ferreira, à agência Lusa.
O responsável garante que, apesar das dificuldades, "os atletas estão bem", mas não arrisca prognósticos sobre a conquista de medalhas, lembrando que, além da influência na preparação das portuguesas, "a pandemia não permite saber muito sobre os adversários".
"Toda a gente espera muito de nós, e nós somos os primeiros a querer, mas é impossível fazer previsões", refere o coordenador da segunda modalidade com mais medalhas conquistadas em Jogos Paralímpicos (26), apenas atrás do atletismo (53).
Portugal vai apresentar-se nos Jogos de Tóquio, que começam na terça-feira, com 10 atletas, cinco dos quais estreantes, que Luís Ferreira garante serem os que mais se destacaram ao longo do ciclo paralímpico.
Entre os 10 selecionados para Tóquio, há alguma renovação, mas mantém-se no grupo José Macedo (BC3), que conquistou bronze no Rio em 2016, e parte da equipa de BC1/BC2, que também subiu ao terceiro lugar do pódio nos Jogos do Brasil.
Além de José Macedo, que no Rio de Janeiro repetiu o bronze conseguido em Londres2012, integram a equipa Abílio Valente e Cristina Gonçalves, que estiveram na conquista do bronze em equipas BC1/BC2, e ainda Carla Oliveira e Pedro Clara, também "repetentes" em Jogos Paralímpicos.
Aos cinco atletas com experiência na competição, juntam-se os estreantes Ana Sofia Costa, André Ramos, Avelino Andrade, Manuel Cruz e Nélson Fernandes.
Depois de terem estado sem competir muito tempo devido à pandemia, os atletas participaram num torneio com outras seleções, em julho, e realizaram um estágio de preparação, no Luso.
O boccia, que integra o programa desde os Jogos de Nova Iorque em 1984, é, juntamente com o goalball, uma modalidade exclusiva dos Jogos Paralímpicos, e destina-se a atletas com deficiência motora (paralisia cerebral em cadeira de rodas, ou doenças neuromusculares), podendo ser disputado individualmente, em pares ou por equipas de três elementos, sem divisão por sexos.
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