Polémicas

Câmara de Oeiras disponível para afixar cartaz sobre abusos noutro local

Esta quarta-feira, um cartaz que lembrava as vítimas de abusos na Igreja esteve afixado apenas algumas horas, em Algés, antes de ser removido. A autarquia diz que se tratou de uma questão de legalidade.

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Depois de retirar de Algés o cartaz de homenagem às vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica, a Câmara Municipal de Oeiras está em conversações com os responsáveis para colocar o cartaz noutro local do município.

O tema é de interesse público. É assim que Francisco Rocha Gonçalves, vice-presidente da Câmara de Oeiras, se refere à homenagem às vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica. Ainda assim, o cartaz colocado em Algés foi removido e a estrutura retirada. Para explicar esta decisão, a autarquia diz que tudo se tratou de uma questão de legalidade.

“Neste caso, [o cartaz] não estava licenciado pelo município. No passado tinha tido comunicação politica lá, mas não está identificado. Nós não tivemos conhecimento nenhum da colocação daquele cartaz", aponta o vice autarca.

"A ilegalidade conspurca a causa”

A Câmara recusa as acusações de censura e diz que o tema é demasiado importante para não ser falado.

“Quem somos nós para esconder? O próprio Papa Francisco já assumiu publicamente a necessidade de honrar as vítimas. Querer julgar moralmente o município de Oeiras é absolutamente abjeto. Trata-se de uma questão de ilegalidade e a ilegalidade conspurca a causa”, atira Francisco Rocha Gonçalves.

Por isso, depois da polémica, a autarquia disponibilizou-se para ceder um novo espaço para o cartaz "até em muita melhor localização, num sítio onde passe o Papa", garante.

Os responsáveis pelo cartaz pedem para que não se perca o foco principal da iniciativa: as mais de 4.800 vítimas de abuso sexual na Igreja Católica em Portugal.