Estiveram cerca de 200 mil peregrinos na Missa de Abertura, cinco mil profissionais da comunicação social acreditados, 354 mil peregrinos inscritos, mais de 25 mil voluntários ao serviço e até se estimam entregar mais de 2,7 milhões de refeições durante esta semana. Imagine-se!
Os números do primeiro dia da JMJ Lisboa 2023 deixam antever muito mais para os dias que se aproximam. E basta abrir a televisão ou - para os mais descrentes - sair à rua e comprovar. São imagens e sons que ficarão para sempre.
Contado, ninguém acredita. Ainda queremos falar do retorno do investimento?
Tal como quando Portugal mostrou “novos mundos ao mundo”, também agora o desafio é partir “apressadamente” e “não ansiosamente”, como foi recordado por D. Manuel Clemente na Missa de Abertura. É isto que a Igreja tem para propor e não impor.
Seria mais cómodo possibilitar uma JMJ ao gosto de cada um, com uma sombra e um lugar de estacionamento à porta do parque Tejo, mas não iria permitir a experiência que estes jovens já estão a viver.
É preciso cantar e sorrir enquanto se caminha, e, por vezes, tomar um banho de água fria para se poder dar valor ao que se tem. Contado, ninguém acredita.
O Papa Francisco nunca duvidou de que seria este o ambiente que iria encontrar ao chegar a Portugal. No seu primeiro discurso, Francisco aponta a cidade como ponto de partida para uma “mudança de ritmo”.
No seu palco, o Papa dá palco ao “descarte dos idosos” e “abandonados a si mesmos”, às “crianças não-nascidas” e ao “desamparo em que são deixadas muitas famílias com dificuldades para trazer ao mundo e fazer crescer os filhos”.
São realidades que dizem muito a Portugal.
Será que estamos realmente preparados para estendermos um tapete das exigências políticas que sejam capazes de “gerar esperança”? Até onde iria?