"Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil, acima de tudo, e por Deus, acima de tudo, o meu voto é sim", disse o deputado, na votação na Câmara dos Deputados.
Num comunicado, o conselho federal da OAB diz que "repudia de forma veemente" estas declarações, de uma "clara apologia a um crime ao enaltecer a figura de um notório torturador".
Para a OAB "não é aceitável que figuras públicas, no exercício de um poder delegado pelo povo, utilizem a imunidade parlamentar para fazer esse tipo de manifestação num claro desrespeito pelos direitos humanos e pelo Estado Democrático de Direito".
O conselho federal da OAB informa ainda no comunicado que "irá avaliar o caso na sua próxima sessão plenária".
Carlos Brilhante Ustra, morto no ano passado, foi chefe do 'Doi-Codi' de São Paulo, um dos mais sangrentos centros de tortura do regime militar.
Na terça-feira, o presidente da OAB no Rio de Janeiro, Felipe Santa Cruz, afirmou que a aquela secção irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal e, se necessário, à Corte (tribunal) Interamericana de Direitos Humanos, para pedir a cassação do mandato de deputado de Jair Bolsonaro, do Partido Social Cristão (PSC).
Segundo a imprensa brasileira, Felipe Santa Cruz disse também que a Ordem solicitará ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que o discurso do deputado ali seja apreciado.
Lusa