"Não tem como hoje proibir a Lava Jato. Hoje há uma transparência total. Pelo contrário, temos que incentivar, é preciso mudar os meios de como esta política ultrapassada era feita no Brasil", declarou à Lusa o deputado do Partido Republicano da Ordem Social (PROS).
Felipe Bornier está a chefiar uma delegação de parlamentares brasileiros que estão em visita oficial a Portugal.
A Operação Lava Jato, levada a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal brasileira, investiga um grande esquema de corrupção no país que envolve políticos, empresários e outras pessoas, inclusive em grandes empresas, nomeadamente a Petrobras.
Neste momento, a Câmara dos Deputados está a tentar votar um projeto de lei contra o abuso de autoridade, que é visto por muitos críticos como uma forma de limitar a atuação da Lava Jato ou de outras investigações contra a corrupção.
Para o deputado federal brasileiro, "quem estiver atento, não se vai colocar contra esse momento. Não é só o Brasil que deve estar atento, é o mundo que deve prestar atenção aos recados da rua e da sociedade".
"A política deve ser feita com clareza, com projetos, com ideias que possam fazer avançar o nosso país", acrescentou o deputado, que votou na Câmara dos Deputados, em abril, pelo afastamento da Presidente Dilma Rousseff.
O deputado lembrou que o país está a passar por grandes mudanças, como a saída de Dilma Rousseff e a entrada de Michel Temer na Presidência, assim como a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados - que foi preso no âmbito da Operação Lava Jato - e a entrada de Rodrigo Maia.
"Não é porque estamos a viver um momento de enfraquecimento do legislativo, que vamos impedir que boas ideias que estão acontecendo no nosso mundo parem", avaliou ainda.
Os deputados federais brasileiros já estiveram reunidos com os parlamentares e com outras autoridades portuguesas, discutindo e analisando vários temas pertinentes aos dois parlamentos.
A delegação de deputados brasileiros iniciou a sua visita a Portugal na terça-feira e devem partir no domingo, para Bruxelas, onde permanecem até ao dia 30 de novembro.
Lusa
