O magistrado, que julga em primeira instância os processos relacionados com esquemas de corrupção na Petrobras e noutros órgãos públicos do Brasil, decidiu também que o ex-ministro deverá entregar o passaporte e permanecer na cidade onde reside, Vinhedo, no interior de São Paulo.
José Dirceu já foi condenado duas vezes a mais de 31 anos de prisão pelo envolvimento em crimes investigados pela Operação Lava Jato.
Desde agosto de 2015 que José Dirceu está preso em Curitiba, no Estado do Paraná.A concessão de liberdade condicional foi determinada numa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira.
Os juízes deste tribunal, órgão judicial de última instância, entenderam que Dirceu poderá ficar em liberdade condicional porque não há risco dele cometer novos crimes.
No pedido de liberdade, a defesa negou a acusação de que os pagamentos efetuados por construtoras à empresa de consultoria do ex-ministro fossem consideradas suborno.Já os procuradores da República que atuam na 'task-force' da Lava Jato em Curitiba afirmaram na terça-feira de manhã, em conferência de imprensa, que decidiram antecipar a apresentação da nova denúncia, a terceira, contra José Dirceu devido a este julgamento no STF que o colocou em liberdade condicional.
O coordenador da 'task-force', procurador Deltan Dallagnol, disse aos jornalistas que a eventual liberdade do ex-ministro representaria um "grande risco à sociedade".
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), José Dirceu recebeu 2,4 milhões de reais (700 mil euros) em subornos pagos por duas empreiteiras, a UTC e Engevix, em troca de contratos milionários com a petrolífera estatal Petrobras.
José Dirceu poderá ser preso novamente se for condenado em segunda instância - no caso, num julgamento do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que ainda não tem data.
Lusa