Tragédia no Meco

Inquérito aos acontecimentos no Meco "segue com normalidade e total colaboração", garante Lusófona

O vice-reitor da Universidade Lusófona revelou que o inquérito interno da instituição aos acontecimentos que vitimaram mortalmente seis estudantes na praia do Meco decorre com "normalidade e máxima colaboração", estando a universidade em contacto permanente com o Ministério da Educação.

(Reuters/Arquivo)

Em declarações à agência Lusa, o vice-reitor da Lusófona, Carlos Poiares,  disse que o inquérito está a decorrer com normalidade e total colaboração  daqueles que são chamados para ser ouvidos. 

As conclusões do inquérito, que deverá estar terminado em fevereiro,  serão dadas a conhecer ao secretário de Estado do Ensino Superior e à comunicação  social no próprio dia em que ficarem prontas, acrescentou. 

Há ainda contactos com o Ministério da Educação e Ciência para o agendamento  de uma reunião, mas que ainda não tem data marcada. 

Quanto às praxes, Carlos Poiares sublinhou que está ainda por determinar  se o que se passou no Meco foi realmente uma praxe académica ou outra qualquer  situação, e qualquer posição sobre a continuidade destes rituais académicos  na Lusófona só será tomada depois de conhecidos os resultados do inquérito.

O responsável acrescentou ainda que as praxes académicas "só fazem sentido  numa lógica de contenção e se respeitarem direitos e integridade física  dos alunos". 

A Universidade Lusófona de Lisboa, na qual estudavam os seis universitários  que morreram na praia do Meco, decidiu abrir um inquérito interno para "aclaração  dos factos" e "lançar luz sobre a génese do acontecimento" que vitimou os  estudantes. 

Num despacho conjunto do reitor da Universidade Lusófona de Humanidades  e Tecnologias (ULHT), Mário Moutinho, e do administrador Manuel Damásio,  datado de 20 de janeiro, a universidade determinou que se impõe agora "lançar  luz sobre a génese do acontecimento", pelo que importa trabalhar no sentido  do "cabal esclarecimento do que aconteceu naquela noite na praia do Meco".

A universidade atribui competências ao seu gabinete jurídico para organizar  o processo de inquérito que, com o despacho conjunto dos dois responsáveis  da instituição, fica "investido em poderes bastantes para solicitar todos  os documentos e informações que carecer para o desempenho destas funções"  juntos dos serviços da universidade e da direção da associação académica.

Seis jovens morreram na praia do Meco, Sesimbra, a 15 de dezembro. Faziam  parte de um grupo de sete estudantes da Lusófona que tinham alugado uma  casa na zona para passar o fim de semana. Segundo as autoridades, uma onda  arrastou-os na madrugada de 15 de dezembro, mas um dos universitários conseguiu  sobreviver. 

Os corpos dos restantes foram encontrados nos dias que se seguiram.  A investigação dos acontecimentos está entregue às autoridades judiciais.