Qatar 2022

Marrocos torna-se a primeira seleção africana a atingir as meias finais de um Mundial

A seleção marroquina venceu Portugal por 1-0 nos quartos de final do Mundial 2022.

Marrocos torna-se a primeira seleção africana a atingir as meias finais de um Mundial
FABRIZIO BENSCH

Marrocos tornou-se, este sábado, a primeira seleção africana a atingir as meias-finais de um Campeonato do Mundo de futebol, ao bater Portugal por 1-0, nos quartos de final da edição de 2022.

A formação marroquina, que foi a quarta do seu continente a atingir os “quartos”, fez o que os Camarões, em 1990, o Senegal, em 2002, e o Gana, em 2010, não conseguiram.

Um golo de Youssef En-Nesyri, aos 42 minutos, selou o histórico triunfo de Marrocos, que superou a equipa lusa, mesmo com a defesa “dizimada”, face às lesões de Mazraoui e Aguerd, que não jogaram, e Saiss, obrigado a sair aos 57 minutos.

Os africanos prosseguiram o seu Mundial de “sonho”, que começou com a vitória no Grupo F, face ao empate com a Croácia (0-0), também apurada para as meias-finais, e aos triunfos perante a Bélgica (2-0) e o Canadá (2-1), jogo em que o golo sofrido foi marcado na própria baliza por Aguerd.

Depois, Marrocos fez história perante a Espanha, ao qualificar-se pela primeira vez para os quartos de final, graças a um triunfo nos penáltis (3-0), depois de 120 minutos sem golos, igualando os feitos de Camarões, Senegal e Gana.

Este sábado, o “onze” comandado por Walid Regragui, de 47 anos, fez ainda melhor, sendo que o próximo adversário, na corrida à final, será a França ou a Inglaterra.

Na história das seleções africanas em Mundiais, a primeira a chegar aos quartos de final foram os Camarões, que, em 1990, vencerem o Grupo B, à frente de Roménia, Argentina e União Soviética, e, depois, bateram a Colômbia por 2-1, após prolongamento, graças a um bis de Roger Milla. Nos quartos de final da prova realizada em Itália, a formação africana esteve a vencer a Inglaterra por 2-1, mas acabou vergada a dois penáltis de Gary Lineker, o segundo já no prolongamento, perdendo por 3-2.

Uma dúzia de anos depois, na Coreia do Sul e Japão, foi a vez do Senegal, que acabou como segundo do Grupo A, atrás da Dinamarca e à frente do Uruguai e da então campeã em título França, que bateu no jogo inaugural, por 1-0. Nos oitavos de final, os senegaleses superaram os suecos por 2-1, graças a um “golo de ouro” de Henri Camara, mas, nos “quartos”, acabaram por “tombar” da mesma forma, face à Turquia (0-1), que venceu com um tento “dourado” de Ilhan Mansiz.

A terceira seleção africana a chegar aos “quartos” foi o Gana, que, em 2010, começou por ficar no segundo lugar do Grupo D, atrás da Alemanha e à frente de Austrália e Sérvia. Depois, os ganeses superaram os EUA por 2-1, após prolongamento, com Asamoah Gyan a resolver. De “herói” a “vilão” foi, porém, um passo, já que, nos “quartos”, aos 120 minutos, com 1-1 no marcador, falhou um penálti. O jogo foi para o desempate por penáltis, e aí Gyan marcou, mas quem seguiu em frente foi o Uruguai (4-2).

Em 2014 e 2018, nenhum conjunto africano logrou atingir os “quartos”, algo que mudou em 2022, com Marrocos a fazer ainda melhor, ao chegar às meias-finais, que vai disputar na quarta-feira, num dia histórico para o continente.