Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky são figuras incontornáveis neste ano que passou. Cada um de um lado do conflito na Ucrânia, os dois líderes percorrem caminhos diferentes. Mesmo sem saber como - e quando - a guerra irá terminar, José Milhazes e Nuno Rogeiro analisam os possíveis futuros políticos destas duas figuras.
“Para Putin, se coisas continuarem a correr como estão a correr até agora, ele não irá ter um futuro muito feliz. Terá sorte se for para a reforma”, diz José Milhazes.
Nuno Rogeiro lembra que a Rússia e a Ucrânia são "sociedades diferentes" e que Putin e Zelensky são “duas pessoas diferentes”. No entanto, acredita que os dois líderes “parecem ter o destino traçado”. Sublinha que Putin está isolado internacionalmente, uma situação que será difícil de ultrapassar “mesmo que as coisas corram bem militarmente”.
Sobre Zelensky, Milhazes acredita que o Presidente “irá continuar, durante muito tempo, a ter o apoio do povo ucraniano”. Mas Rogeiro tem dúvidas: o analista alerta que a vitória de Zelensky numa recandidatura não é certa, uma vez que a sociedade Ucrânia tem “muitas fações, muitas tendências que concorrem nas urnas”.
“É muito possível que possa acontecer a Zelensky uma coisa parecida com a que aconteceu a Churchill: ser um grande líder de guerra, mas não ser tão bom líder de paz”, afirma, sublinhando que o Presidente ucraniano “pode ganhar a guerra, mas perder a política”.