Operação e-toupeira

O que "tramou" o Benfica?

A operação e-toupeira surgiu na sequência de um telefonema anónimo para o coordenador da Polícia Judiciária e, desde então, foi descoberta uma alegada rede de informadores do Benfica no interior da Justiça. Os famosos emails e os oficiais de Justiça são as linhas de investigação tomadas pela PJ, que culminam agora com a acusação do Ministério Público contra Paulo Gonçalves, dois funcionários judiciais e a SAD do Benfica.

A processo e-toupeira está relacionado com um esquema que consistia em dar ofertas a funcionários judiciais e obter assim informações antecipadas sobre os vários processos em que o Benfica está envolvido.

Os emails

Segundo o Observador, a Polícia Judiciária seguiu o rasto dos "famosos" emails, que foram divulgados na internet. A partir daí, terá conseguido perceber que Luís Filipe Vieira recebeu emails que indicavam a entrega de bilhetes para jogos do Benfica a oficiais de Justiça.

Um deles está indiciado por suspeita de corrupção passiva no processo. Os emails foram enviados pelo assessor jurídico Paulo Gonçalves, acusado esta terça-feira pelo Ministério Público, para Ana Zagalo, da direção comercial do clube da Luz, e com conhecimento do presidente Filipe Vieira.

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O oficial de Justiça de Fafe

Júlio Loureiro é um dos oficiais de Justiça que fará parte da rede do assessor jurídico do Benfica. De acordo com o Observador, o funcionário do Tribunal de Guimarães terá recebido sete bilhetes para jogos do Benfica.

Nos emails, Paulo Gonçalves escreve por duas vezes que os bilhetes são para "Júlio Loureiro (Fafe) ", terra natal do funcionário, e que não são "para compra" dos beneficiários.

As autoridades acreditam que estas "prendas" são uma prova do alegado crime de corrupção pelo qual Paulo Gonçalves está acusado.

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A falsificação do técnico informático

O técnico informático do ministério da justiça acusado na operação e-toupeira terá adulterado elementos de um dos processos relativos ao Benfica.

José Augusto Silva terá usado vários computadores do tribunal de Guimarães para ter acesso à plataforma Citius, onde terá feito alterações em favorecimento do clube da luz.

Já Paulo Gonçalves terá sido informado desde o primeiro dia sobre todos os pedidos de buscas e inquirições a suspeitos no caso dos emails.

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A tentativa do Benfica em contratar um familiar de um dos arguidos

Durante a investigação, a PJ terá conseguido travar a contratação pelo Benfica de um sobrinho do oficial de justiça, suspeito de ser informador. Os inspetores da PJ vigiaram uma conversa que decorreu no Estádio da Luz durante o jogo entre o Benfica e o Desportivo de Chaves.

(Arquivo)
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Os dois oficiais de justiça e Paulo Gonçalves foram constituídos arguidos no processo, antes do verão. Na semana passada, foi a vez da SAD do Benfica ser constituída arguida do processo e-toupeira.