Através do site da PGDL, o Ministério Público "requereu o julgamento em tribunal coletivo por factos apurados no âmbito do inquérito referente aos acessos ao sistema CITIUS", conhecido por "e-toupeira".
Revela ainda que acusou os oficiais de Justiça Augusto Silva e Júlio Loureiro, o assessor jurídico Paulo Gonçalves e a SAD do clube encarnado.
Em causa estão os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, oferta ou recebimento indevido de vantagens (e na pena acessória relativa ao regime de responsabilidade penal por comportamentos suscetíveis de afetar a verdade, a lealdade e a correção da competição e do seu resultado na atividade desportiva).
Favorecimento pessoal, violação do segredo de justiça, violação de segredo por funcionário, peculato, acesso indevido, violação do dever de sigilo e falsidade informática são os outros crimes imputados aos acusados.
Segundo a mesma nota, "ficou suficientemente indiciado que os arguidos com a qualidade de funcionários de justiça acederam a processos-crime pendentes no DIAP de Lisboa e do Porto e em outros tribunais, transmitindo as informações relevantes ao arguido colaborador da SAD".
O Ministério Público adianta que os processos tinham "por objeto investigações da área do futebol ou de pessoas relacionadas com este meio, ou de clubes adversários, seus administradores ou colaboradores".
"Tais pesquisas foram efetuadas fraudulentamente com a utilização de credenciais de terceiros, sem o seu conhecimento ou consentimento, por forma a obterem acessos encobertos, não detetáveis. Tais informações foram obtidas ilicitamente tendo como contrapartida benefícios indevidos para os funcionários e vantagens ilícitas no interesse da respetiva SAD."
De acordo com a nota, os crimes aconteceram durante as épocas desportivas de 2016/17 e 2017/18.
Um dos arguidos mantém-se em prisão preventiva, esclarece a PGDL.