José Sócrates está a ser questionado sobre a OPA da Sonae lançada à PT e que, para o Ministério Público, está na base de parte das luvas que lhe foram entregues por Ricardo Salgado.
O ex-primeiro-ministro garante que está inocente, mas revela que sentiu pressões de Paulo de Azevedo, filho de Belmiro de Azevedo, para que intercedesse junto da Caixa Geral de Depósitos para que votasse contra.
Sócrates disse que iria responder sobre “todos os factos e não os factos da acusação”, ao que o juiz pediu que não tecesse comentários.
"Repôr a verdade"
À chegada ao Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, o ex-primeiro ministro disse que vai "repor a verdade" mas reconheceu que "o caminho é árduo".
Para o ex-governante, o seu caminho tem sido "mais árduo do que aqueles que têm feito alegações completamente infundadas, injustas e até absurdas".
"Não vamos antecipar as coisas, mas não espero ouvir nada de novo".
Também à entrada para o TCIC, o procurador Rosário Teixeira afirmou que não está à espera que o interrogatório a José Sócrates traga novidades ao processo Operação Marquês.
Advogado de José Sócrates recusou falar aos jornalistas
A acusação
José Sócrates está acusado de 31 crimes económico-financeiros no processo Operação Marquês. São eles três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.
Esteve preso preventivamente durante dez meses e depois 42 dias em prisão domiciliária.
A Operação Marquês teve início a 19 de julho de 2013 e culminou na acusação a 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - a 11 de outubro de 2017 pela prática de 188 de crimes económico-financeiros.
Com Lusa