Operação Marquês

Sócrates diz que não tinha número de Ricardo Salgado, mas telemóvel apreendido até tinha dois contactos

A sétima sessão do julgamento de José Sócrates está a ser dominada pela relação com Ricardo Salgado. Foram exibidas escutas a provar a proximidade entre o ex-primeiro-ministro e o antigo banqueiro, mas Sócrates alegou problemas de memória. 

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O Ministério Público apresentou esta quarta-feira em tribunal os dados da geolocalização do telemóvel de José Sócrates no dia em que terá estado na casa de Ricardo Salgado, para provar o relacionamento próximo entre o ex-primeiro-ministro e o ex-banqueiro.

Para além disso, os procuradores já tinham revelado que José Sócrates tinha registados dois números de Ricardo Salgado no seu telemóvel.

A intenção de o MP levar as escutas a tribunal fez o ex-governante exaltar-se e dizer que o procurador quer a “exibição pornográfica das pessoas a falar ao telefone”. Para a juíza, as escutas constam dos autos e pretendem ilustrar um facto da acusação.

Na terça-feira, o Ministério Público tinha levado a tribunal a escuta de uma conversa entre antigo primeiro-ministro e Manuel Pinho, a quem Sócrates dizia: “Ontem fui jantar lá a casa do nosso amigo. O nosso amigo. O seu patrão”.

O Ministério Público quer de José Sócrates mais esclarecimentos sobre os negócios da PT, TGV e com o Grupo Lena. Também pretende que o arguido explique o papel que teve, eventualmente, no negócio do empreendimento do Vale do Lobo, no Algarve, tema que o ex-governante se preparava para lançar esta quarta-feira no julgamento da Operação Marquês.

José Sócrates está pronunciado por 22 crimes: três de corrupção, por ter, alegadamente, recebido dinheiro para beneficiar o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo - que na altura era acionista da PT - e o empreendimento Vale do Lobo, no Algarve.