Operação Miríade

Operação Miríade: esquema terá sido denunciado por intérprete e por um major

A rede de tráfico incluía até 40 empresas e outras 66 pessoas, duas das quais advogados. 

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Militares portugueses são suspeitos de ter traficado diamantes e ouro em missões da ONU na República Centro-Africana (RCA). O esquema, que envolve dois advogados e 40 empresas, terá sido denunciado por um intérprete e por um major, segundo o despacho de indiciação a que a SIC teve acesso.

A investigação aponta Paulo Nazaré, um soldado que passou pela República Centro-Africana entre outubro de 2017 e março de 2018, integrado na 2.ª força nacional destacada, como o cérebro da alegada associação criminosa que estava montada dentro das Forças Armadas.

A Polícia Judiciária acredita que estaria a preparar-se para fugir do país através do aeroporto de Lisboa, com destino a África do Sul.

Quem denunciou o esquema?

O esquema terá sido denunciado por duas pessoas: um tradutor da missão das Nações Unidas, natural da RCA, que terá revelado o caso como retaliação, depois de não receber um pagamento de cinco mil euros que havia sido prometido por militares portugueses em troca da colaboração no negócio de diamantes.

Depois, por um major a quem terá sido entregue uma encomenda, supostamente com peças de artesanato, para serem enviadas para Portugal em voos militares. Ao abrir a caixa, o major percebeu que se tratavam de oito diamantes: três em bruto, cujo valor bruto andaria à volta de 80 mil euros, e cinco já lapidados, avaliados em pouco mais de seis mil euros.

Sem hesitar, denunciou o caso a Vítor Gomes, o comandante da 6.ª força nacional destacada de paraquedistas, que reportou o caso ao Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Poucos dias depois, o ministro da Defesa, o Ministério Público e a Polícia Judiciária também já tinham conhecimento do caso.

Rede internacional da qual faziam parte empresas e advogados

De acordo com o despacho de indiciação, a que a SIC teve acesso, a rede de tráfico incluía até 40 empresas e outras 66 pessoas, duas das quais advogados.

Os 11 detidos na Operação Miríade são suspeitos de contrabando de diamantes, ouro e droga, que transportavam em voos da ONU, com destino a Antuérpia, na Bélgica, a capital mundial dos diamantes, onde seriam vendidos a preços milionários.

Especial OPERAÇÃO MIRÍADE

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