O Orçamento, na verdade, não tira uma milésima às taxas de IRS. A folga chegará através de mexidas nas tabelas de retenção do imposto que só vão ser conhecidas em janeiro.
Na prática o que se desconta todos os meses para o IRS não é mais do que um adiantamento do imposto ao Estado.
O valor real do que se paga só é contabilizado e liquidado no ano seguinte, depois de preenchida a declaração e feito o acerto de contas.
Em 2021 os contribuintes vão descontar menos para que o salário líquido aumente artificialmente. Mas quem agora está habituado a um reembolso, em 2022, no tal acerto, poderá receber pouco, nada ou no limite até poderá ter de pagar.
Para estimular o consumo em setores profundamente afetados pela pandemia, o Governo avança com outra medida: os IVAuchers.
Os contribuintes vão poder receber de volta o IVA pago na restauração, alojamento e cultura. O que gastarem num trimestre recebem no outro, para gastar nessas mesmas áreas.
Porém a medida que terá mais impacto, ainda que virtual, será mesmo a mexida nas tabelas de retenção, que dará a sensação, de um salário mais farto.