Orçamento do Estado

Entrevista SIC Notícias

Costa ou Rangel, Esquerda ou Direita: alvos de Ventura são à escolha do leitor

André Ventura esteve na Edição da Noite desta terça-feira, na SIC Notícias.

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Na Edição da Noite da SIC Notícias, André Ventura antevê o chumbo do Orçamento do Estado para 2022, culpa o PS e a Esquerda pela atual crise política e nega acordos com o PSD "se não houver rutura com o sistema", num momento em que critica Rangel e enfrenta concorrência dentro do Chega.

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O líder do Chega diz que acreditava, até à última hora, que haveria alteração de voto e que o Orçamento passaria, contudo, diz sentir-se "tensão e fim de ciclo entre PS, PCP e Bloco de Esquerda", o que leva a acreditar que há 70% ou 80% de probabilidade do diploma chumbar esta quarta-feira, relembrando que, mesmo com o apoio do PSD Madeira, sem a abstenção do PEV, não existirá aprovação.

O número do partido de extrema-Direita lembra, também, que António Costa disse que "quando dependesse do PSD para o Orçamento, se demitia e ia embora", algo que aponta depois da possibilidade de diálogo demonstrada pelo presidente social-democrata da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque.

Se houver apoio de alguns deputados do PSD para a aprovação do Orçamento do Estado, refere que ficará mal o "PSD, por não ter controlo sobre a bancada, os deputados do PSD que se virem nesta 'situação limiana' e o próprio Governo por se virar para a Direita", acrescentando que não considera que o PSD Açores aceite viabilizar o documento.

André Ventura alega uma situação de vitimização de António Costa, "algo como queremos 'governar mas não nos deixam'".

O líder do Chega alerta para a situação problemática do país, numa fase de recuperação económica e de entrada de fundos europeus, justificando, por isso, que "governar em duodécimos, em caso de chumbo do Orçamento do Estado, é uma loucura".

Refere, igualmente, que o PS ficará numa "dependência absoluta" se aprovar o diploma com apoio de algum partido pequeno ou de alguma fação partidária, num momento que refere bastante difícil também para a Direita, por "viver uma fase histórica em que todos têm congressos nacionais marcados".

Umas eleições antecipadas agridoces e sem amigos

Relativamente à possibilidade de eleições antecipadas, admite uma falta de preparação do seu partido, mas acredita que cresceria nas intenções de voto, e defende que o Presidente da República deve avançar, imediatamente, para eleições, embora considere difícil uma vitória da Direita contra um PS que "nas sondagens tem grande distância para os adversários".

O líder do Chega aponta uma meta de 15% nas próximas eleições e nega coligações com outros partidos "que não queiram reformas, mas se o eleitorado quiser, [terá] de ir a acordo.

Critica ainda Paulo Rangel, que considera "mais empenhado em dizer que não se entende com o Chega do que em criticar Rui Rio", e alega que "Paulo Rangel mostra que é um líder fraco, dependente do que as pessoas dizem e muito ligado a setores de Esquerda e do PS", acusando-o de ser "frouxo" contra o atual líder social-democrata que considera "mais corajoso e audaz".

Ventura refere ainda que o Chega não será "muleta ou marioneta de Governo, tirem o cavalinho da chuva", apenas equacionando a possibilidade se houver ruturas políticas, em especial, nos temas da Justiça, da Constituição, da Segurança Social, da imigração e da segurança.

O fim de um partido de "one man show"

Por fim, admite sentir-se confiante de que irá vencer as eleições para o Chega, no próximo Congresso Nacional, na primeira vez que terá concorrência, e admite erros na sua liderança, nomeadamente, na escolha de candidatos e de exigências no acordo dos Açores.