Na semana em que retomam as reuniões dos partidos com o Governo, o Presidente da República decidiu marcar uma reunião do Conselho de Estado para ainda antes da entrega do Orçamento do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa recusa que esta reunião venha a condicionar as negociações e até diz que marcará uma segunda, depois de ser conhecida a proposta de lei do Governo.
Nos dias que antecederam o arranque da nova ronda da discussão orçamental do Governo com os partidos, não houve um em que o Chefe de Estadonão tenha falado sobre o assunto. Mais do que uma necessidade, a convicção do Presidentede que vai haver Orçamento aprovado - entre chamadas de atenção para a situação nacional e internacional e receios de crise económico-financeira - culminou domingo de manhã, com uma convocatória de um Conselho de Estado para 1 de outubro (a dez dias do Orçamento ter de estar na Assembleia da República).
Marcelo Rebelo de Sousa garante que nada disto condiciona os próximos dias.
“Pelo contrário, a ideia é oposta. É falar à vontade (...), sem haver ainda aquela pressão que tem a ver com o desfecho de uma votação”, sustentou.
A reflexão é para ser tida em conta antes de um outro Conselho de Estado que vai marcar, depois da proposta de lei orçamental ter sido entregue. A atenção do Presidente, quando se espera por avanços nas segundas reuniões entre Executivo e partidos, que vão acontecer a partir desta terça-feira.
Nos encontros, liderados pelo ministro das Finanças, Miranda Sarmento, não vão estar nem Luís Montenegro, nem Pedro Nuno Santos, que já não esteve na primeira ronda, em julho.
Também ausente estará André Ventura, que, apesar de ter repetido que erairrevogávela decisão do Chega em continuar nas negociações, dá agora um passo atráse faz saber que o partido vai estar na reunião com os ministros Miranda Sarmento, Pedro Duarte e Leitão Amaro - mas, desta vez, sem o líder do partido.
André Ventura alegava traição do Governo e dizia que não estava mais disponível para o diálogo, mais ainda quando as reuniões foram marcadas para um dia em que tem jornadas parlamentares.
O Governo adiou de terça para quarta-feirao encontro com o Chega, e o partido diz agora que vai ao encontro, para ter acesso aos dados e informações orçamentaisque o Executivo tem para dar aos partidos.