Orçamento do Estado

“Duodécimos não são solução”: Montenegro fala em eleições antecipadas se OE for chumbado

O primeiro-ministro alerta que, havendo eleições antecipadas, serão as terceiras em três anos e apela aos partidos da oposição para agirem “em conformidade com o interesse nacional”.

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Luís Montenegro quer eleições antecipadas se o Orçamento do Estado para 2025 for chumbado. O aviso foi feito esta segunda-feira, na reunião do Conselho Nacional do PSD. O primeiro-ministro também assumiu pela primeira vez que, em caso de chumbo do Orçamento, não governará por duodécimos.

Havia uma tarefa obrigatória na noite desta segunda-feira: remarcar a data do congresso do PSD, que Luís Montenegro desmarcou por causa dos incêndios.

Mas o presidente do partido também trazia outra ideia na cabeça: avisar a oposição de que o primeiro-ministro não está disponível para governar se o Orçamento do Estado for chumbado.

“Tenham a noção de que tivemos duas eleições legislativas seguidas e que, a haver umas terceiras, seriam as terceiras em três anos”, recordou. “Estamos, relativamente ao Orçamento do Estado para 2025, confiantes na sua aprovação - porque estamos conscientes de que os duodécimos não são solução”, declarou.

Montenegro recusa, contudo, estar a encostar os adversários à parede: “Isto não é nem chantagem política, nem pressão política. Isto é apena suma exigência democrática. Aquilo que queremos é que cada um assuma as suas responsabilidades”.

“Nós não queremos decidir por ninguém. A única coisa que queremos é que esses partidos interpretem o interesse coletivo, o interesse nacional, e possam agir em conformidade com ele”, defendeu.

Num discurso centrado quase exclusivamente na batalha política do Orçamento do Estado, Montenegro trouxe vários ataques aos partidos da oposição. Não nomeou nenhum adversário, mas a troca de comunicados a envolver PS e PSD deixa antever o destinatário.

“Enquanto outros se foram preocupando e continuam a preocupar com esses detalhes, que são mesmo pequenos e que só interessam a quem não tem muito mais para dizer (...), o Governo esteve a governar”, atirou.

O discurso do líder do partido foi o único momento público deste Conselho Nacional, mas as portas estiveram pouco tempo fechadas.

O congresso do PSD, como já era previsto, fica formalmente marcado para os dias 19 e 20 de outubro.