Orçamento do Estado

"Está a tornar-se um verdadeiro problema”: Ventura acusa Marcelo de ser “perturbador das instituições”

O líder do Chega não tem gostado de ouvir o Presidente da República a fazer pressão para um entendimento entre o Governo e o PS, para a aprovação do Orçamento do Estado de 2025.

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André Ventura acusa o Presidente da República de estar a interferir nas negociações do Orçamento do Estado para 2025 e empurrar os partidos para um “acordo artificial” com o Governo, só por estar “no final do mandato”.

Em declarações aos jornalistas, esta tarde, na Assembleia da República, o presidente do Chega afirmou que o modo como Marcelo Rebelo de Sousa tem atuado, no que toca às negociações do próximo Orçamento “é mau, não fica bem, é negativo para a democracia”.

“Ao interferir diretamente, está a deixar de ser o garante das instituições para se tornar no perturbador das instituições”, declarou Ventura.

O líder do Chega considera que o Chefe de Estado deveria ter “recato” e “não andar a perturbar permanentemente” as conversas entre os partidos, com vista à viabilização do Orçamento do Executivo de Luís Montenegro.

“Não gostamos que o Presidente da República do nosso país, que está no fim do seu mandato, esteja a tornar-se um verdadeiro problema a cada dia que passa”, atirou.

Para André Ventura, Marcelo Rebelo de Sousa “está a puxar por um entendimento artificial” entre o PSD e o PS porque “sabe se vai embora no próximo ano e que vai deixar o país entregue não se sabe a quem”.

“Governo deve dar passo atrás e construir maioria de direita”

André Ventura voltou a insistir na tese de que o Governo levou a cabo “negociações escondidas” com o PS e que não esteve disponível para conversar com o Chega com para a aprovação do Orçamento do Estado.

Garantindo que o partido “sempre esteve disponível para um acordo” - apesar de já ter vindo publicamente afirmar que vai votar contra, para recuar e admitir viabilizar o documento, se os socialistas fossem excluídos das conversas -, o líder do Chega diz que é preciso que o Executivo dê “um passo atrás”.

“Era preciso que o Governo voltasse atrás com o ‘não é não’ e que o Orçamento fosse construído de raiz com uma base à direita”, declarou Ventura.

O presidente do Chega admite ainda viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 se o Governo “voltar ao ponto zero no âmbito de luta contra a corrupção” ou da “descida dos impostos sobre as famílias e as empresas".

“Preferíamos que o governo desse um passo atrás e construísse uma maioria de direita”, insistiu.

“Temos um Governo que parece, arrogantemente, querer eleições, temos um Presidente da República que parece querer entendimentos artificiais ou eleições. Quem é que vai pagar por isto? O país”, concluiu.