Orçamento do Estado

Montenegro fala numa postura radical e deputados do PSD e CDS pedem que PS pense no futuro do país

A 11 dias da apresentação do Orçamento do Estado para 2025, a crispação entre Governo e PS aumenta. O maior partido da oposição não recua na proposta apresentada na última sexta-feira, mas Luís Montenegro fala numa postura radical. Nas jornadas parlamentares do PSD e CDS o tema central é a viabilização do documento. Os deputados apelaram ao bom senso do PS pelo futuro do país.

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De olhos postos na viabilização do Orçamento do Estado para 2025, CDS e PSD juntam-se em jornadas parlamentares para endurecerem a discussão em torno do documento.

Depois de uma semana de mais um passo atrás nas negociações com o Partido Socialista, o foco mantém-se no que dizem ser a "inflexibilidade" da oposição.

“O partido socialista tem-se oposto radicalmente a duas políticas: a baixa de imposto sobre os jovens e a baixa de imposto sobre as empresas e tem dito que faz disso finca pé para não viabilizar o Orçamento do Estado. Vamos ser francos, o que aconteceu durante um mês e meio  é que o Partido Socialista andou-nos a enganar a nós e ao país criando a expectativa que havia uma hipótese de negociar duas medidas do programa do Governo”, diz Hugo Soares, líder parlamentar do PSD. 

Perante a rejeição do secretário-geral do PS, o líder parlamentar do PSD continua sem compreender a dificuldade de chegarem a um consenso. 

“Que diabo, será assim tão difícil entendermo-nos quanto à baixa de impostos. Honestamente apenas, ou por capricho, ou por taticismo eleitoral e partidário, ou por falta de capacidade de pôr o interesse nacional acima de qualquer pequeno interesse ou interesse partidário é que é impossível imaginar que pessoas responsáveis que governam o país, que têm responsabilidades nos maiores partidos da oposição não se possam entender”, acrescentou Hugo Soares.   

Também Paulo Núncio aponta baterias a Pedro Nuno Santos.

“Ponha o interesse nacional à frente dos interesses partidários, é isso que o sentido de Estado exige. Não há memória que um primeiro orçamento de um Governo com maioria relativa não tenha sido viabilizado em Portugal. Em segundo lugar, eleições pouco tempo depois das últimas eleições só vão trazer instabilidade”, afirma Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS. 

Ainda sem sinais de cedências, a 11 dias da entrega do documento na Assembleia da República, o Governo faz o último esforço para tentar aproximar posições e chegar à aprovação.