Orçamento do Estado

Montenegro diz que tem "proposta irrecusável" para PS, Pedro Nuno não deixa cair linhas vermelhas

O Orçamento do Estado para 2025 tem de ser entregue na Assembleia da República até 10 de outubro e ainda não é certo se será viabilizado ou não. PSD e PS continuam a sublinhar, publicamente, aquilo que os separa.

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O primeiro-ministro afirma que vai apresentar ao PS uma proposta "irrecusável”, à luz do “interesse nacional”. Os socialistas e o Governo têm estado cada vez mais divididos sobre o Orçamento do Estado para 2025. Pedro Nuno Santos recusa o IRS Jovem e a descida do IRC, mas Luís Montenegro avisa que, para existir um acordo, é preciso cedências.

“Vamos apresentar aos partidos, mas em particular ao Partido Socialista, uma proposta que, à luz de princípios elementares de boa-fé, de lealdade, de responsabilidade, de primazia do interesse nacional, será uma proposta irrecusável", afirmou o também líder social-democrata, na sessão de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP. "A partir daí, cada um assume as suas responsabilidades”, atirou.

Montenegro acusou ainda o PS de querer “utilizar para o seu programa e para as suas ideias cerca de 80% da margem orçamental que o Governo tem à sua disposição".

“Há alguém no país que acha isto razoável? Isto não faz sentido e tem de ser denunciado", declarou.

Pedro Nuno Santos continua a garantir flexibilidade, mas não ultrapassa as linhas vermelhas definidas desde o início.

“O partido Socialista tem flexibilidade total para viabilizar um Orçamento do Estado que não é seu, um Orçamento do Estado que é do PSD. A única coisa que estamos a dizer é que há duas medidas que chocam de frente com o nosso projeto de sociedade, que nós não queremos”, voltou a sublinhar o líder socialista, numa entrevista à CMTV.

O secretário-geral do PS afasta qualquer intenção de eleições antecipadas - cenário que o Governo quer evitar a todo o custo.

PRR em risco

O ministro da Coesão Territorial defendeu, nas jornadas parlamentares do PSD e do CDS, que tal seria destruidor para o país.

“O PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] não tem nenhuma folga, não há margens de erro. Não se pode perder uma semana da sua execução. Se alguém pensar introduzir eleições antecipadas neste percurso do PRR, isto significa que o PRR não será executado”, afirmou Manuel Castro Almeida.

A pressão de Marcelo

O Presidente da República já admitiu estar a fazer pressão. Sem se referir às negociações, numa apresentação de um livro sobre a vida de Mário Soares, Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a necessidade de empatia.

“Tenho visto moderados a não ter empatia nenhuma entre si”, atirou.

Aumenta a pressão e as tentativas de conciliação, porque o tempo começa a ser pouco e a hipótese de acordo cada vez mais escassa.