É só quando deixa a primeira fila da bancada do Partido Socialista (PS), no final do debate com o primeiro-ministro, que Pedro Nuno Santos tem reunião marcada com Luís Montenegro para tentarem os dois um ponto de encontro no Orçamento do Estado. Mas a avaliar por este espírito à saída, ninguém dirá que seja pelo menos tranquilo.
"Fiquei impressionado com a forma como este debate decorreu. Temos um primeiro-ministro que não revelou qualquer sentido de Estado e que falou com uma arrogância para com o Partido Socialista (PS) que não é aceitável. Não é de alguém que queira um entendimento com o PS", referiu o líder socialista.
A conclusão de quem, mais de duas horas antes, começara por ouvir o primeiro-ministro puxar ir direto ao assunto.
"O Governo nunca quis nem quer eleições antecipadas. Se elas vierem a ocorrer, os portugueses perceberão facilmente quem serão aqueles que se possam ter escondido atrás das convicções e vitimizações com o fito de provocar eleições", atirou o primeiro-ministro.
Seguiu-se mais de meia hora de debate que ninguém diria que é das duas pessoas que, a seguir, iriam discutir o que os divide e em privado.
Montenegro ouviu o Chega deixar para o último minuto e sem tempo para responder a única referência ao Orçamento do Estado.
"Se o país for arrastado para uma crise política desnecessária, há dois responsáveis neste Parlamento: Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro", afirmou André Ventura.
O primeiro-ministro também haveria de lá voltar, depois de ter ouvido o desafio da Iniciativa Liberal.
Luís Montenegro nunca diz que não deixará cair o IRS Jovem e chegada à intervenção final aproveitou para dizer tudo o que não tinha dito ainda sobre o Orçamento do Estado.
Só nunca disse qual era a proposta irrecusável e se ainda acredita, depois disto, que venha a sair um entendentimento da conversa a dois com o líder do PS.