Afinal, o Orçamento do Estado pode vir a ser aprovado pelo Chega. André Ventura voltou atrás com a decisão “irrevogável” de votar contra a proposta do Governo e afirma que fará tudo para evitar uma crise política.
Em setembro, salvar o Orçamento do Estado era coisa que o Chega nunca iria fazer.
"O Chega vai votar contra este Orçamento do Estado”, declarava, na altura, André Ventura. “E não é um “irrevogável” como o outro de há dois anos atrás. É um “irrevogável” de quem tem palavra”, sublinhava.
Mas a palavra “irrevogável” parece mesmo ter um outro significado na política portuguesa e dura o tempo que for necessário. Três semanas depois, o discurso de André Ventura é diferente.
"O presidente do Chega hoje vai ouvir a bancada parlamentar. Não vai levar propostas à bancada parlamentar. Vai ouvi-las. Vai ouvir o que dizem os seus deputados de todos os distritos sobre isto”, disse, esta terça-feira, o líder do partido.
“Hoje não é a minha posição, é a posição do grupo parlamentar”, alegou, acrescento que o partido “tudo” fará para “evitar uma crise política”.
Fica só um passo de gigante para trás e um pontapé ao irrevogável, com a bancada do Chega a servir de escudo para a mudança de posição.
Como estão Governo e PS?
E enquanto o Chega vai e vem, PS e Governo continuam num impasse, sem que o Governo tenha respondido à contraproposta dos socialistas.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte declarou-se, esta terça-feira, de que acabará por “vingar” o “sentido de responsabilidade”.
“O Governo está com muita tranquilidade, com muita serenidade”, assegurou, em relação às conversas que tem mantido com a oposição sobre o Orçamento do Estado.
Questionado pela SIC, o PS não responde sobre as recentes notícias que dão conta de um afastamento entre os socialistas e o Governo. Mas fonte da direção do partido garante que as conversas sobre o Orçamento não têm passado entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.