Orçamento do Estado

Montenegro recusa estar a fazer "birra fiscal ou orçamental"

O país continua sem saber se o Orçamento do Estado será viabilizado, numa altura em que o Presidente da República se mantém em silêncio e o PCP anunciou formalmente o voto contra.

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O primeiro-ministro garante que não está a fazer uma "birra fiscal" ao defender que as empresas precisam de pagar menos impostos para aumentarem salários e investimentos.

O primeiro-ministro convocou os jornalistas a Peniche para a inauguração de uma fábrica de transformação de peixe. O evento pode parecer distante dos assuntos do dia-a-dia da política portuguesa, mas Montenegro encontrou uma forma de falar sobre o Orçamento do Estado:

"Quando nós falamos que é preciso ter um país onde se tribute menos o rendimento das empresas para que as empresas possam pagar melhores salários, nós não estamos a fazer nenhuma birra fiscal ou orçamental. Nós estamos a marcar uma diferença".

Ainda sem saber o futuro do Orçamento para o próximo ano, Montenegro tem aparecido várias vezes em público, repetindo os pedidos de responsabilidade.

"Para haver crescimento, para haver riqueza, têm que colaborar todos. Têm que colaborar os poderes públicos, têm que ter sentido de responsabilidade, têm que saber perspetivar o futuro, têm que aprovar Orçamentos do Estado", disse ainda o primeiro-ministro.

Mas nem precisam de ser "todos" a colaborar. O Governo só necessita da mão do PS ou do Chega para conseguir aprovar o Orçamento do Estado.

À esquerda, o caminho do Bloco já estava anunciado, e o do PCP era praticamente certo. Agora, fica formalizado o "não".

"O facto de este ser um orçamento desejado pelo grande capital, garante que para lá do Governo outros se mostrem disponíveis para o aprovar. Da parte do PCP votaremos contra este orçamento", referiu Raimundo.

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Mariana Mortágua também criticou:

"É um mau orçamento porque vai rebentar com o SNS, porque vai aumentar o preço da habitação, porque não responde aos sapadores, porque cria regimes fiscais injustos que privilegiam os mais ricos, as elites, os futebolistas e as grandes empresas".

Entretanto, em Belém, os dias seguem com uma aparente normalidade. A agenda do Presidente da República em solo nacional mantém-se, mas Marcelo deixou de ter disponibilidade para se desviar do protocolo e permanece calado, como havia prometido.