O secretário de Estado do Tesouro, João Nuno Mendes, disse esta terça-feira que o Governo espera que exista uma melhoria na posição do rating da República ao longo deste ano e do próximo.
“Temos expetativa [sobre o rating da República] de que haja uma melhoria da posição portuguesa no decurso de 2022 e no decurso de 2023. Uma peça fundamental nesse trabalho é precisamente a trajetória de médio prazo do défice e da dívida”, disse durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no Parlamento, sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
João Nuno Mendes argumentou que a estratégia de redução do défice e da dívida “é uma matéria que é fundamental”.
O governante recordou ainda o papel que o Banco Central Europeu (BCE) tem tido na “contenção das taxas de juro”, admitindo que, apesar do movimento do banco central ser “mais demorado que a posição que está a assumir a Fed [Reserva Federal] nos EUA”, Portugal já está a sentir nas taxas de financiamento.
“No ano passado financiámos a valores negativos. Este ano a taxa foi de 1,67%”, disse.
A próxima agência de notação financeira a pronunciar-se sobre Portugal deverá ser no dia 06 de maio a Fitch, que fixou o ‘rating’ da República Portuguesa em ‘BBB’ com perspetiva ‘estável’. A primeira agência a pronunciar-se este ano sobre Portugal foi a DBRS, que manteve, em 25 de fevereiro, o ‘rating’ em “BBB” (alto), mas melhorou a perspetiva de ‘estável’ para ‘positiva’.
Já a Standard and Poor’s (S&P) reafirmou, em 11 de março, a avaliação da dívida soberana portuguesa, mantendo o nível de investimento em ‘BBB’ com perspetiva estável.
A última agência a avaliar Portugal deverá ser a Moody’s, que em 17 de setembro de 2021 subiu o ‘rating’ do país de ‘Baa3’ para ‘Baa2’ – o penúltimo grau da categoria de investimento de qualidade -, com perspetiva ‘estável’. A agência norte-americana tem previsto pronunciar-se no dia 20 de maio e no dia 18 de novembro.
O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
Os calendários das agências de ‘rating’ são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
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