O Governo entrega esta quarta-feira o Orçamento do Estado no Parlamento. Ao contrário do que António Costa tinha prometido, as consequências da guerra Ucrânia obrigaram o Governo a fazer alterações ao documento chumbado em outubro.
Em janeiro, no debate com Rio, Costa assegurou que o Orçamento para este ano já estava pronto para ser entregue.
A discussão do programa de governo terminou na sexta-feira, mas só esta quarta é que o Orçamento do Estado será entregue.
Cinco dias a mais para mudar muita coisa devido às consequências da guerra.
Costa chegou a dizer que o documento chumbado em outubro era o programa eleitoral imediato que levava a votos. Mas parte desse programa passou à história.
Por exemplo, a inflação prevista era de 0,9 e agora o governo já aponta para um valor à volta de 4%.
O crescimento previsto, que era de 5,5% já caiu meio ponto percentual no programa de estabilidade e é preciso ver se não é ainda menor no documento que Medina vai entregar à hora de almoço.
Mas os efeitos não devem chegar o défice que estava projetado para 1,9% e não deve ser alterado.
Beneficia do aumento de receitas do Estado devido ao aumento dos preços e do valor muito abaixo do previsto no ano passado: 2,8 em vez dos 4,3% que tinham sido estimados e vêm facilitar muito as contas para 2022. Uma folga de mais de 3 mil milhões de euros.
O aumento da função pública mantém-se nos 0,9%.
O cenário macroeconómico muda, mas será parecido com o previsto no programa de estabilidade que o anterior ministro das Finanças deixou pronto antes de ir embora.
Até à aprovação do Orçamento pelo Conselho de Ministros esta terça-feira à tarde, o Governo manteve segredo sobre os valores que Medina teve de introduzir no documento em que Costa tinha prometido não mexer.
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