Quem se espalha desde as imediações do aeroporto até ao centro de Díli tem pelo caminho várias horas de espera, mas o lugar para ver o Papa Francisco é guardado desde tenra manhã. Parece não sobrar espaço para os tantos que chegam em festa de todos os cantos do país.
“Este momento é como uma dádiva para nós”, diz a Irmã Elisita, das irmãs do preciosíssimo sangue
“É uma esperança para nós, trazer alegria e paz para o povo de Timor”, acrescenta a Irmã Juliana Soares.
Não importa a fé que cada um traz, as autoridades, pouco habituadas a gente sem fim, esforçam-se para manter o caminho aberto, mas a tarefa não é fácil. O país é o segundo país com maior percentagem de católicos a seguir ao Vaticano
Jaime Ferreira espera de olhos postos na multidão lembrando que Timor-Leste até pode ser país de católicos sem igual, mas a fé, alimentada nos dias da resistência, está a perder-se em tempos de paz.
Na época da guerra civil era muito profunda, mas agora depois da independência está muito fraca. (...) esta visita é importante para nós”, conta o padre Jaime Gomes Ferreira.
Francisco chega entre uma multidão em êxtase. Dispensa vidros à prova de bala e deixa para trás alguns que são tudo menos à prova de emoções fortes. O papa Francisco chega a um país onde a Igreja católica tem um insucesso invulgar.
Apesar disso, paira sobre Timor Leste um escândalo que se repete um pouco por todo o planeta. Fora dos cânticos e dos cartazes está uma das figuras mais marcantes da igreja católica. Don Ximenes Belo antigo nobel da Paz afastado pelo vaticano de Timor por abusos sexuais a menores parece ainda na memória.