Praxes académicas

Ministério debate hoje praxes com estudantes e universidades privadas 

O Ministério da Educação inicia hoje uma ronda  de reuniões para discutir as praxes académicas, mas os estudantes universitários,  os primeiros a ser ouvidos, vão levar mais temas para discussão. 

(Reuters)
© Stephane Mahe / Reuters

O ministro da Educação, Nuno Crato, e o secretário de Estado do Ensino  Superior, José Ferreira Gomes, recebem, pelas 16:00 no Palácio das Laranjeiras,  em Lisboa, os representantes das associações académicas, seguindo-se, pelas  18:00, o encontro com a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado  (APESP). 

Na quarta-feira os estudantes fizeram saber que levam para a reunião  uma proposta, que recupera uma ideia antiga nunca aceite por governos e  parlamento, para criar um Estatuto do Estudante do Ensino Superior Universitário  que inclua normas disciplinares e sanções uniformes em caso de abusos e  excessos em contexto académico e praxes. 

Os representantes das associações académicas de duas das maiores universidades  do país - Lisboa e Coimbra - disseram à Lusa que não deixarão passar a oportunidade  para colocar ao ministro questões sobre o financiamento do ensino superior  e da ciência ou sobre as bolsas de ação social e o decréscimo do número  de estudantes universitários. 

Sobre esta ronda de reuniões, na qual o Governo tem como objetivo discutir  com os intervenientes do ensino superior a questão das praxes, o secretário  de Estado do Ensino Superior já disse que está disponível para discutir  a criação de um código de conduta comum às universidades. 

A esquerda parlamentar disse, na quarta-feira, ser essencial que as  universidades e demais instituições académicas tenham gabinetes de integração  a novos alunos para prevenirem praxes violentas. Já o PSD e o CDS-PP enalteceram  a reunião agendada esta semana pelo Governo com responsáveis estudantis.

O debate sobre a questão das praxes surgiu na sequência da morte de  jovens na praia do Meco, Sesimbra, a 15 de dezembro. Faziam parte de um  grupo de sete estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona,  para passar o fim de semana. Segundo as autoridades, uma onda arrastou-os  na madrugada de 15 de dezembro, mas um dos universitários conseguiu sobreviver.

A investigação dos acontecimentos está entregue às autoridades judiciais  e a Universidade Lusófona, na qual estudavam as vítimas, abriu um inquérito  interno para apurar o que se passou. 

Lusa