A morte por sarampo de uma jovem de 17 anos, não vacinada, lançou o alarme. O surto de sarampo surgiu depois de um surto de hepatite A, e a vacinação entrou no debate público.
Entrevistado pelo jornal Público, o ministro da Saúde admite avançar para um "processo de co-responsabilização formal dos pais", caso não vacinem os filhos.
O primeiro passo, admite Adalberto Fernandes, deve ser o da sensibilização sobre a importância da vacinação, mas o Ministério quer eficácia e cooperação das escolas, na altura das matrículas, para identificar crianças não vacinadas.
O ministro explica que pretende-se uma "co-responsabilização formal dos pais e educadores", que torne "claras as consequências da opção pela não-vacinação". Está ainda a ser desenhado o modelo que vai formalizar essa responsabilização já no arranque do próximo ano letivo. A "possibilidade mais prática", diz Adalberto Fernandes, é a de um documento assinado pelos pais.
Este será um dos aspetos do novo modelo de gestão do plano nacional de vacinação, que reforça a cooperação entre a saúde e outros parceiros, como a comunidade educativa, família e escolas. para permitir uma responsabilização individual e coletiva. na calha estão campanhas regulares de sensibilização para atenuar a rejeição da vacinação e o alargamento e a agilização dos pontos de vacinação para facilitar o acesso às vacinas, com horários mais favoráveis às famílias, por exemplo., além da aposta num boletim de vacinação eletrónico.
Para racionalizar e prevenir a rutura de stocks nas vacinas, o Governo vai promover a centralização da compra e distribuição de vacinas para os centros de saúde, a partir de 2018.