Tiago Aires Mateus, presidente da Comissão de Vencimentos da TAP, é a sétima pessoa ligada à companhia aérea a ser ouvida pelos deputados. Foi ouvido no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a indemnização de meio milhão de euros pagos a Alexandra Reis.
O presidente da Comissão de Vencimentos da companhia aérea afirma que o setor que lidera não tem atribuições em matéria de cessação de mandatos e fixação de indemnização de saídas.
“Todos os factos relacionados com a indemnização à Engenheira Alexandra Reis tomei conhecimento pelos jornais. Nunca fui confrontado com nenhum facto que me permitisse saber ou suspeitar que haveria algo a ser feito nessas matérias”, confessou Tiago Aires Mateus
Apesar de não ter sido envolvido no caso, o responsável não reconhece que houve um exagero no valor calculado pela TAP.
“Não há uma leitura única por parte dos diversos intervenientes sobre como se aplicam as normas jurídicas ao caso concreto. A Comissão não se pronunciou, nem tem de fazê-lo sobre a tramitação que tenha sido seguida em concreto num caso em que não foi envolvida, nem tinha de ser”, referiu o presidente da Comissão.
Além de não calcular valores de indemnizações, Tiago Aires Mateus também explica que o setor não tem poder de fiscalização sobre valores pagos em forma de bónus, como, por exemplo, ao que ex-CEO - Christine Ourmières-Widener - teria direito caso cumprisse os objetivos do plano de reestruturação.
“Não temos competência de fiscalização e muito menos de controlo de legalidade. Há órgãos próprios para isso”, concluiu o presidente da Comissão de Vencimentos da TAP.
Na próxima semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito vai ouvir os sindicatos da TAP. Por enquanto, oito entidades vão participar nas audições feitas pelos deputados.