TAP: o futuro e as polémicas

Governo assinou acordo secreto com David Neeleman em 2017

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Entendimento secreto previa que o então acionista da TAP recebesse um prémio de 20% a acrescer ao valor das ações.

O Governo assinou um acordo secreto com David Neeleman em 2017 que previa que o então acionista da TAP recebesse um prémio de 20% a acrescer ao valor das ações. O negócio seria concretizado pela Parpública, a empresa que gere as participações do Estado. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã.

O objetivo passava por comprar a participação de David Neeleman e Humberto Pedrosa na TAP através da Atlantic Gateway, os então acionistas privados quando compraram a companhia em 2015, ainda no Governo de Passos Coelho.

O acordo, feito pelo Governo de Costa em 2017, previa que Neeleman recebesse um prémio de 20% a acrescer ao valor da venda de parte das suas ações ao Estado.

O preço das ações que determinaria quanto o Estado iria pagar pela posição na companhia aérea seria apurado por uma avaliação independente.

"Acordo parassocial e de compromissos estratégicos", assim se chama o entendimento secreto que ia resolver os possíveis incumprimentos da Parpública.

De acordo com o Correio da Manhã, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, representou o Estado neste acordo. O então presidente da Parpública, Miguel Cruz, e o vice-líder Carlos Durães da Conceição, ouvido esta quinta-feira na comissão de inquérito à TAP, assinaram pela Parpública, a sociedade que gere as participações nas empresas em que o Estado é acionista.

Três anos depois, em 2020, com a pandemia, o Estado e os acionistas privados chegam a uma situação de impasse. Com Pedro Marques já no Parlamento Europeu, é com Pedro Nuno Santos, então titular da pasta das Infraestruturas, que chegam a acordo para o Estado ficar com 100% , depois de semanas de negociações.

O Estado acaba por pagar 55 milhões de euros ao empresário norte-americano para sair da TAP, mas Humberto Pedrosa acaba por sair só em 2021.